Greve contra nova Previdência gera montanhas de lixo em Paris

Coletores de resíduos deixaram de fazer a coleta em protesto contra o aumento da idade e tempo de contribuição para aposentadoria.

13 mar 2023 - 16h27
(atualizado às 16h30)

Montanhas de sacos de lixo estão se formando nas ruas de Paris em virtude da greve dos garis contra a reforma da Previdência na França. Cerca de 5.400 toneladas de resíduos permanecem nas vias públicas em desaprovação à decisão do Senado francês de aprovar a medida, segundo a prefeitura da capital do país.

Cerca de 5.400 toneladas de lixo permanecem nas ruas parisienses
Cerca de 5.400 toneladas de lixo permanecem nas ruas parisienses
Foto: Reprodução/ Twitter / Perfil Brasil

O projeto de lei, que ainda deve enfrentar diversos obstáculos entre parlamentares, é apoiado pelo presidente Emmanuel Macron, e tem como um dos objetivos aumentar a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos. Outro ponto controverso é a antecipação da exigência de 43 anos de contribuição, um a mais do que atualmente, para que os trabalhadores tenham o direito de receber pensão integral.

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O sindicato dos coletores de lixo se manifestou sobre a decisão após a greve em Paris, e ressaltou que o trabalho nesta área já possui agravantes próprios do ofício, aos quais as medidas da reforma previdenciária estariam apenas adicionando. "A maioria dos funcionários do departamento de gestão de lixo e águas tem uma expectativa de vida entre 12 a 17 anos inferior ao restantes dos trabalhadores", explica a organização.

O país está enfrentando protestos e uma greve desde a semana passada contra a reforma previdenciária, que também foi aprovada pelos senadores no último sábado (11). Diversas outras áreas de atuação no país foram prejudicadas pela insatisfação popular, inclusive setores como o de fornecimento de combustível às refinarias e o transporte ferroviário.

A comoção, no entanto, não se restringe a esses trabalhadores, mas representa a maioria esmagadora da população. Por este motivo e também pela falta de apoio ao governo na Assembleia Nacional, a lei ainda deve enfrentar muitos obstáculos para que seja institucionalizada.

Apesar de não ser um objetivo primário do governo, os franceses temem a possibilidade do que é chamado 49:3, um procedimento que ultrapassa a votação do Parlamento para a aprovação de um projeto. Para discutir os próximos movimentos, parlamentares devem se unir na convocação de uma comissão conjunta das câmaras baixa e alta (sete nomes de cada uma) na quarta-feira (15), para que seja redigida uma versão oficial do documento.

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O momento final de votação pode ser, então, na quinta-feira (16), quando o Senado e a Assembleia Nacional possivelmente terão de definir a aprovação ou não das mudanças na Previdência.

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