Greve geral em Israel pressiona Netanyahu a fazer acordo de cessar-fogo

No sábado, o exército anunciou o resgate do corpo de seis reféns; população defende que o primeiro-ministro não está fazendo o suficiente para resgatar os sequestrados

2 set 2024 - 11h29

Israel passa por uma greve geral nesta segunda-feira (2). O movimento, organizado pela Histadrut, principal central sindical, protesta contra o governo de Benjamin Netanyahu e sua forma de negociação pela libertação dos reféns mantidos pelo Hamas desde 7 de outubro.

Greve geral em Israel afetou escolas, estradas e até aeroportos
Greve geral em Israel afetou escolas, estradas e até aeroportos
Foto: Getty Images / Perfil Brasil

A gota d'água foi o resgate dos corpos de seis reféns em um túnel da Faixa de Gaza no domingo (1º). A autópsia indica que o grupo foi morto pelo menos um dia antes da chegada das tropas. Em resposta, dezenas de milhares de pessoas protestaram nas ruas.

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O exército de Israel identificou os corpos de Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Hersh Goldberg-Polin, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino. Eles faziam parte das 251 pessoas sequestradas no ataque que deu início ao conflito. Agora, acredita-se que um terço dos 101 reféns tenham morrido.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, garantiu que iria responder com "força total". Além disso, ele culpou o Hamas pelas mortes, afirmando que os sequestrados foram executados "para instilar medo e tentar fraturar a sociedade israelense".

Greve geral em Israel

Os protestos de domingo foram pacíficos, com multidões marchando pelas ruas com bandeiras de Israel. Já nesta segunda-feira, a greve geral afetou empresas, escolas e meios de transporte. Alguns voos no Aeroporto Ben Gurion foram cancelados, e várias estradas estavam bloqueadas.

Pelo menos 29 pessoas já foram presas, sob a acusação de vandalismo, conduta desordeira e agressão a policiais.

A greve foi convocada pela central sindical Histadrut, e defende que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu precisa fazer mais para garantir a libertação dos reféns restantes e um acordo de cessar-fogo com o Hamas. O governo, por outro lado, disse que está tomando medidas legais para bloquear a paralisação.

Apesar da aderência, a paralisação deve perder força com o passar do dia. Um tribunal de Tel Aviv havia decidido que a greve deveria terminar até 14h30 (8h30 no Brasil), três horas e meia antes do planejado pelo sindicato.

O líder da organização, Arnon Bar-David, respeitou a decisão. "Agradeço a cada um de vocês —vocês provaram que o destino dos reféns não é de direita ou de esquerda, há apenas vida ou morte, e não permitiremos que a vida seja abandonada", afirmou, conforme o jornal Times of Israel.

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