Guerra em Gaza é a mais mortal para crianças em 20 anos

Número de vítimas indiretas ultrapassa 180 mil pessoas

1 out 2024 - 12h07
(atualizado às 12h19)

As forças de Israel mataram em um ano de conflito contra o Hamas cerca de 11 mil crianças e 6 mil mulheres na Faixa de Gaza, o balanço mais alto dos últimos 20 anos considerando a mesma faixa de tempo. Já o número de vítimas indiretas afetadas pelo confronto pode superar 180 mil.

    Os dados da Oxfam relativos a mulheres e crianças não incluem as cerca de 20 mil pessoas não identificadas, desaparecidas ou soterradas nos escombros da guerra. Já um estudo publicado em julho deste ano na revista britânico Lancet estima que o número real de mortos na Faixa de Gaza pode ultrapassar 186 mil, incluindo as vítimas indiretas, como por fome ou falta de assistência médica.

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    "Os relatórios das Nações Unidas dos últimos 18 anos confirmam que em nenhum outro conflito houve um número tão elevado de crianças mortas. No último ano em Gaza, este número foi cinco vezes maior ao registrado [em guerras no Oriente Médio e no Golfo Pérsico] entre 2005 e 2022", afirma Paolo Pezzati, porta-voz para crises humanitárias da Oxfam na Itália.

    Pezzati ainda alerta que os "números chocantes impõem a necessidade de um cessar-fogo imediato e permanente, especialmente face à escalada regional que estamos vendo", referindo-se aos recentes ataques de Israel ao Líbano e à Síria.

    Segundo a Oxfam, a cada três horas um bombardeio atinge uma estrutura civil na Faixa de Gaza, como escolas, hospitais e abrigos para ajuda humanitária.

    O representante italiano da Oxfam lembra que "os horríveis ataques [do Hamas a Israel] em 7 de outubro de 2023, que causaram 1,2 mil vítimas entre cidadãos israelenses e estrangeiros, incluindo 282 mulheres e 36 crianças, com 250 pessoas feitas reféns, constituíram graves violações do direito humanitário internacional".

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    "Mas nada justifica a morte violenta de inocentes. Soma-se a isto a cumplicidade dos países mais influentes no contexto internacional, que continuaram a fornecer armas a Israel, sem levar em consideração o massacre de civis", conclui Pezzati.

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