A Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou nesta terça-feira (1º) que a guerra na Ucrânia já provocou ao menos um milhão de deslocados desde a quinta-feira (24), quando os ataques russos iniciaram. Destes, mais de 660 mil fugiram do país para nações vizinhas.
"No momento, cerca de 660 mil refugiados fugiram nos últimos seis dias. Os números estão aumentando de maneira exponencial e, nesse ritmo, a situação parece que pode se tornar a maior crise europeia de refugiados neste século", disse a porta-voz da Acnur, Shabia Mantoo, aos jornalistas.
Números das fronteiras apontam que só nas últimas 24 horas foram 150 mil as pessoas que passaram em postos de controle. A Polônia, que já abrigava uma população de mais de 1,5 milhão de ucranianos antes do início do conflito, é o principal destino. Mas, milhares de pessoas se dirigem também para Hungria, Moldávia e Romênia.
A ONG católica Cáritas da Polônia informou que as "filas quilométricas" nas fronteiras do país fazem com que algumas pessoas precisem esperar até "dois dias" para conseguir entrar em território polonês.
"A situação na fronteira é muito dinâmica, muito fluida e muda continuamente com o agravamento do conflito. Da nossa parte, estamos coordenando com as autoridades a evacuação em massa, que vê como protagonistas, sobretudo, mulheres e crianças. Nós posicionamos centros de recepção com o fornecimento de comidas quentes e assistência médica", disse o responsável pela ONG no país, Ireneusz Krause.
A União Europeia estima que até 7,5 milhões de ucranianos precisem se deslocar internamente por conta do conflito e que entre três e quatro milhões cruzem as fronteiras.