Um ataque cibernético de hackers russos atingiu nesta quarta-feira, 11, diversos sites da Itália, incluindo os portais do Ministério da Defesa, do Instituto Superior de Saúde (ISS) e do Senado italiano.
As autoridades italianas informaram que, desta vez, a ação não é obra de grupos criminosos que buscam um resgate, mas sim do 'Killnet', um coletivo militante pró-Rússia que, segundo vários especialistas, está ligado às forças armadas de Moscou.
Com uma mensagem nas redes sociais, o Killnet, que também teria tentado bloquear o sistema de votação do Festival Eurovision, em Turim, ameaçou à Itália dizendo que "este pode ser o começo do seu fim".
O grupo reivindicou a invasão em seus canais no Telegram, publicando a lista de sites invadidos. Ao todo, foram setes páginas afetadas: do Senado; Ministério da Defesa; ISS; Clube de Automóvel da Itália; portal Kompass, que reúne milhares de empresas e análises de mercado; Instituto de Estudos Avançados de Lucca, que lida com tecnologia digital; e do Infomedix, empresa de serviços.
A Agência Nacional de Cibersegurança está "trabalhando em estreita colaboração com as administrações afetadas para restaurar seus sites, analisando o fenômeno e, ao mesmo tempo, sugerindo as primeiras contramedidas técnicas adequadas".
O ataque, de acordo com especialistas, é um DDos (Distributed Denial of Service, em inglês), ou seja, o site é alvo de milhares de solicitações de acesso que o descontrolam e o tornam inacessível. Basicamente, uma grande quantidade de dados é enviada para os servidores ao mesmo tempo, usando várias fontes, para que o site seja inundado com solicitações falsas que retardam ou bloqueiam sua operação.
Geralmente, as ações não produzem danos, mas sim desserviços e, portanto, não comprometem a infraestrutura de TI. Segundo apuração, o ataque realmente não danificou os sistemas e não houve perda de dados.
De acordo com a presidente do Senado da Itália, Elisabetta Casellati, "nenhum dado do ataque hacker envolveu a rede externa do Senado". "Obrigado aos técnicos pela intervenção imediata. São episódios graves, que não devem ser subestimados", escreveu no Twitter.
Em nota, o Ministério da Defesa negou o ataque. "Com referência à notícia que circulou sobre a impossibilidade de chegar ao site www.difesa.it, o Estado-Maior da Defesa especifica que se deve a atividades de manutenção que estão planejadas há algum tempo, em vigor no site".