O Hamas se pronunciou pela primeira vez nesta sexta-feira, 18, após a morte do líder Yahya Sinwar. Um integrante do alto escalão do grupo terrorista, Khalil Al-Hayya, confirmou que o chefe foi morto pelas forças israelenses em Gaza.
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Em comunicado, Al-Hayya também afirmou que os reféns israelenses em Gaza não serão libertados até que "a agressão" ao enclave palestino pare e as forças israelenses se retirem. Ele ainda reiterou o "compromisso [do Hamas] em continuar sua luta até o estabelecimento de um estado palestino com Jerusalém como sua capital".
Na declaração televisionada, Al-Hayya elogiou Sinwar como um "herói que lutou contra as forças israelenses até seu último suspiro".
Morte de Yahya Sinwar
Israel anunciou na quinta-feira, 17, que o líder do Hamas, idealizador do ataque de 7 de outubro de 2023 que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, foi morto pelas forças israelenses.
Sinwar, 61 anos, foi morto por acaso por uma patrulha israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, na última quarta-feira, 16. Porém, o falecimento foi confirmado apenas no dia seguinte, quando soldados voltaram ao local do combate e encontraram o corpo do líder em meio a escombros.
Ele era um dos principais alvos do Exército israelense desde os atentados de 7 de outubro, que fizeram 1,2 mil vítimas e desencadearam uma guerra com mais de 40 mil mortos em Gaza.
Um drone israelense registrou os últimos momentos de Sinwar. As imagens mostram supostamente o chefe do grupo sentado em uma poltrona e com o rosto coberto no primeiro andar de um prédio que foi atingido por um míssil israelense na Faixa de Gaza. Quando o equipamento entra no local, Sinwar tenta derrubar o artefato arremessando um objeto, que parece um pedaço de pau. Nesse momento, as tropas israelenses fazem mais disparos e matam o líder do Hamas.
A morte de Sinwar configura uma grande vitória para Israel em um momento crucial do conflito, que já dura um ano. Líderes ocidentais afirmaram que a morte abre a oportunidade para o fim da guerra, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o conflito vai continuar.
"Hoje acertamos as contas. Hoje o mal recebeu um golpe, mas nossa tarefa ainda não foi concluída", afirmou Netanyahu em vídeo. "Às queridas famílias dos reféns, digo: este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos, nossos entes queridos, estejam em casa."
Dirigente do Hamas
Um dirigente de alto escalão do Hamas também afirmou nesta sexta-feira, 18, que o grupo palestino "não pode ser eliminado" com a morte de seus líderes.
Em declaração publicada pela agência AFP, Basem Naim, membro sênior do escritório político do Hamas, citou diversos líderes mortos no passado e afirmou que seus falecimentos impulsionaram a popularidade do grupo entre os palestinos.
"O Hamas é um movimento de libertação guiado por pessoas que buscam liberdade e dignidade e não pode ser eliminado", destacou o dirigente.
"Parece que Israel acredita que a morte de nossos líderes significa o fim do nosso movimento, mas o Hamas fica cada vez mais forte e popular, e esses líderes se tornam ícones para futuras gerações continuarem a jornada por uma Palestina livre", acrescentou. *(Com informações da Reuters e da Ansa).