A polícia de Hong Kong prendeu cerca de 400 pessoas durante protestos realizados no dia de Ano Novo, depois que manifestações que começaram como marchas pró-democracia de dezenas de milhares degeneraram em cenas de caos, durante as quais a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
As prisões elevaram para cerca de 7 mil o número de detenções desde que os protestos escalaram em junho em reação a um projeto de lei já descartado que teria permitido extradições à China continental, e enfatizarão a aparente ausência de progresso para o encerramento dos tumultos.
A tensão aumentou na quarta-feira depois que algumas prisões foram feitas no distrito de Wan Chai perto de uma agência do banco HSBC, que tem sido alvo da revolta dos manifestantes nas últimas semanas.
Quando os confrontos irromperam, um grande número de manifestantes vestidos de preto correu para o local, enquanto outros formaram correntes humanas para lhes passar diversos suprimentos, inclusive tijolos, o que forçou a polícia a buscar seus próprios reforços.
Depois a polícia pediu aos organizadores que encerrassem a marcha mais cedo, e a multidão acabou se dispersando enquanto um caminhão de jato de água e dezenas de policiais do batalhão de choque patrulhavam as ruas no final da noite.
A polícia disse que só fez as prisões na quarta-feira depois de notificar os organizadores da marcha e dar tempo suficiente para os manifestantes partirem. Quatro agentes foram feridos ao longo do dia, informou a corporação.
Os organizadores estimaram que pouco mais de um milhão de pessoas participou da marcha do dia de Ano Novo. A polícia falou em 60 mil pessoas no auge do evento.