Por Stephanie van den Berg
HAIA - A Human Rights Watch disse na quinta-feira que Israel matou milhares de palestinos em Gaza ao negar-lhes água potável, o que, segundo ela, equivale legalmente a atos de genocídio e extermínio.
"Essa política, infligida como parte de uma matança em massa de civis palestinos em Gaza, significa que as autoridades israelenses cometeram o crime contra a humanidade de extermínio, que está em andamento. Essa política também equivale a um 'ato de genocídio' de acordo com a Convenção de Genocídio de 1948", afirmou a Human Rights Watch em seu relatório.
Israel tem repetidamente rejeitado qualquer acusação de genocídio, dizendo que tem respeitado o direito internacional e tem o direito de se defender após o ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas a partir de Gaza em 7 de outubro de 2023 que precipitou a guerra.
Em uma declaração no X, o Ministério das Relações Exteriores de Israel escreveu: "A verdade é o completo oposto das mentiras da HRW".
"Desde o início da guerra, Israel tem facilitado o fluxo contínuo de água e ajuda humanitária para Gaza, apesar de operar sob constantes ataques da organização terrorista Hamas", disse.
Embora o relatório tenha descrito a privação de água como um ato de genocídio, ele observou que para provar o crime de genocídio contra as autoridades israelenses também seria necessário estabelecer a intenção delas. O documento citou declarações de algumas autoridades israelenses de alto escalão que, segundo o relatório, sugerem que elas "desejam destruir os palestinos", o que significa que a privação de água "pode equivaler ao crime de genocídio".
"O que concluímos é que o governo israelense está matando intencionalmente os palestinos em Gaza ao negar-lhes a água de que precisam para sobreviver", disse Lama Fakih, diretora da Human Rights Watch para o Oriente Médio, em uma coletiva de imprensa.
Em sua resposta, Israel afirmou que havia garantido que a infraestrutura de água continuasse operacional. O país disse que parceiros internacionais enviaram caminhões-tanque de água pelas passagens israelenses, inclusive na semana passada, e que Israel facilitou a entrada de mais de 1,2 milhão de toneladas de suprimentos humanitários em Gaza.
A Human Rights Watch é o segundo grande grupo de direitos humanos em um mês a usar a palavra genocídio para descrever as ações de Israel em Gaza, depois que a Anistia Internacional publicou um relatório que concluiu que Israel estava cometendo genocídio.