A região da Sardenha, no sul da Itália, desistiu de exigir um "passaporte sanitário" para evitar a entrada de turistas infectados pelo coronavírus Sars-CoV-2, medida que havia sido criticada pelo prefeito de Milão e pelo governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte.
O plano do governador sardo, Christian Solinas, era exigir o documento a partir da reabertura das fronteiras internas, em 3 de junho, mas a ideia acabou não entrando em vigor.
"É uma ocasião perdida", lamentou Pietro Cappuccinelli, membro do comitê científico instituído pela Sardenha para enfrentar a pandemia. "Havíamos pensado em um sistema que pudesse dar garantias em uma região com baixa incidência, mas prevaleceram outras avaliações", reforçou o estatístico Giovanni Sotgiu, também integrante do colegiado.
Após Solinas ter divulgado o projeto, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, disse que não passaria férias na Sardenha, e o ministro das Relações Regionais, Francesco Boccia, definiu a ideia como "inconstitucional".
Apesar disso, o governador garantiu que muitas pessoas que chegaram à Sardenha após a reabertura das fronteiras internas apresentaram o certificado de negatividade para o novo coronavírus de forma voluntária.
O governo regional, por outro lado, instituiu o registro obrigatório para visitantes, que inclui um questionário sobre deslocamentos dentro da ilha. O formulário é preenchido em um site oficial ou no aplicativo "Sardegna Sicura".
Todas as pessoas que chegarem nos portos e aeroportos da Sardenha terão a temperatura medida, e o governo estuda distribuir vouchers para quem apresentar certificados de negatividade para o Sars-CoV-2.
"A Sardenha está pronta para acolher os turistas e oferecer suas tradicionais belezas ambientais e paisagísticas", declarou Solinas. A Itália já reabriu suas fronteiras para os países do Espaço Schengen, mas alguns deles, como a Áustria, mantiveram os bloqueios.
A Sardenha contabiliza 1.357 casos e 131 mortes na pandemia, enquanto a Itália inteira tem 233.515 contágios e 33.530 óbitos.