Três homens foram resgatados pela guarda costeira espanhola após passarem 11 dias viajando embaixo do leme de um navio petroleiro. O resgate ocorreu na segunda-feira, 28, quando o navio-tanque Alithini II, que vinha da Nigéria, chegou a Las Palmas, capital da Gran Canária, que integra o arquipélago espanhol das Ilhas Canárias.
A guarda costeira espanhola compartilhou no Twitter imagem dos passageiros clandestinos embaixo do casco da embarcação.
Os imigrantes foram encaminhados para atendimento médico e receberam tratamento para desidratação moderada e hipotermia. Nesta terça-feira, 29, dois dos três homens foram devolvidos ao navio para serem deportados de volta para a Nigéria. A terceira pessoa ainda não recebeu alta do hospital, segundo porta-voz do governo local.
Segundo a lei espanhola, todo passageiro clandestino que não solicitar asilo deve ser devolvido ao operador do navio ou ao porto de origem da viagem. Assim, cabe ao operador do navio cuidar dos imigrantes e deportá-los o mais rápido possível para a Nigéria.
La Salvamar Nunki ha rescatado esta tarde a tres polizones localizados en la pala del timón del buque Althini II, fondeado en entrediques del puerto de Las Palmas y procedente de Nigeria. Han sido trasladados al puerto y atendidos por servicios sanitarios. pic.twitter.com/1Ei1FieAV3
— SALVAMENTO MARÍTIMO (@salvamentogob) November 28, 2022
Helena Maleno, diretora da organização não governamental de migração Walking Borders, contesta o tratamento oferecido aos homens. Ela afirma que eles deveriam ter sido informados do seu direito de pedir asilo político e deveriam ter sido interrogados antes de serem devolvidos ao navio.
"Essas pessoas devem estar em estado de choque. Elas precisam de alguns dias para se recuperar e, a partir daí, podem explicar do que estavam fugindo para tomar essa decisão", explicou Helena.
As Ilhas Canárias são uma porta de entrada popular para imigrantes africanos que tentam chegar à Europa. Desde 2014, 2.976 migrantes morreram ou desapareceram depois de tentar cruzar da África para o arquipélago por mar, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
*Com informações da Reuters