Imigrantes venezuelanos alvos de deportação têm direito a audiências, decide juiz

24 mar 2025 - 11h52

Imigrantes venezuelanos visados pelo governo Trump para deportação sob uma lei pouco usada do século 18 precisam ter permissão para contestar a decisão de removê-los, decidiu um juiz nesta segunda-feira ao rejeitar pedido do governo para anular uma proibição temporária de tais deportações.

O presidente republicano dos EUA, Donald Trump, invocou no início deste mês a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798 para justificar a deportação de supostos membros da gangue venezuelana Tren de Aragua sem ordens finais de remoção de juízes de imigração.

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Em uma determinação nesta segunda-feira, o juiz distrital dos EUA James Boasberg, sediado em Washington, disse que as pessoas que o governo Trump está tentando deportar sob a lei têm que ter a chance de contestar a afirmação do governo de que são de fato membros da Tren de Aragua.

O juiz também rejeitou pedido da administração Trump para anular uma proibição de duas semanas de deportações sob a Lei de Inimigos Estrangeiros que ele impôs em 15 de março, o que significa que a medida permanece em vigor.

A proibição levou Trump a pedir o impeachment de Boasberg em um processo que poderia levar à sua destituição. Em resposta, o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, emitiu uma rara declaração repreendendo Trump e afirmando que apelações, não impeachment, são a resposta adequada para desacordos com decisões judiciais.

Boasberg também está avaliando se o governo Trump violou sua ordem ao não retornar voos de deportação que pousaram em El Salvador, onde os imigrantes estão sendo mantidos, após sua ordem ter sido emitida.

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Separadamente, um tribunal federal de apelações deve ouvir os argumentos dos advogados do governo que buscam suspender a ordem de Boasberg, ainda nesta segunda.

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