Imran Khan declara vitória em eleição do Paquistão, mas rivais denunciam fraude

26 jul 2018 - 11h28

O astro de críquete paquistanês Imran Khan declarou vitória em uma eleição geral polarizada e ofuscada por um longo atraso na contagem de votos e alegações de fraude feitas pela maioria de seus oponentes.

Imran Khan, em Islamabad,25/7/2018 REUTERS/Athit Perawongmetha
Imran Khan, em Islamabad,25/7/2018 REUTERS/Athit Perawongmetha
Foto: Reuters

"Deus me deu uma chance de chegar ao poder para implementar a ideologia que iniciei 22 anos atrás", disse Khan, de 65 anos, em um discurso televisionado de sua casa perto da capital Islamabad.

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Mas apoiadores do ex-primeiro-ministro preso Nawaz Sharif alegaram que a votação foi manipulada e a classificaram como um ataque à democracia em um país que tem um histórico de governos militares.

Khan pediu laços "mutuamente benéficos" com os Estados Unidos, aliados de ocasião do Paquistão, e ofereceu um ramo de oliveira à arqui-inimiga Índia, dizendo que as duas nações deveriam resolver sua disputa já antiga sobre a Caxemira.

Com cerca de metade dos votos da eleição de quarta-feira contados, o partido Movimento por Justiça no Paquistão (PTI) de Khan tinha uma ampla vantagem na nação de maioria muçulmana e detentora de armas nucleares, disse a comissão eleitoral.

O mercado de ações subiu quase 2 por cento no início do pregão devido à expectativa de que Khan será capaz de montar uma coalizão estável.

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A Liga Muçulmana-Nawaz do Paquistão (PML-N) de Sharif e o rival Partido do Povo do Paquistão (PPP) disseram que em muitas zonas eleitorais seus monitores ou foram expulsos durante a contagem ou não receberam notificações oficiais sobre os resultados daquele distritos, e sim contagens manuais que não conseguiram verificar.

"É uma farsa total. A maneira como o mandato do povo foi descaradamente insultado, é intolerável", disse Shehbaz, presidente do PML-N e irmão de Nawaz Sharif, em uma coletiva de imprensa em meio à contagem de votos.

Khan se ofereceu para investigar todas as alegações de manipulação e disse querer "unir" o país sob sua liderança.

O Paquistão enfrenta uma crise econômica crescente que deve exigir um pacote de socorro do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas o PTI não descartou pedir ajuda à China, a aliada mais próxima de Islamabad.

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