Incêndios na Grécia deixam 60 mortos e mais de 100 feridos

Mulheres foram encontradas carbonizadas com os filhos, diz TV

24 jul 2018 - 07h57
(atualizado às 08h25)

Ao menos 60 pessoas morreram em uma série de incêndios florestais que consomem o leste de Atenas, na Grécia, nas últimas horas. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (24) pelo prefeito de Rafina, Evangelos Bournous, e reúne todas as mortes registradas desde o início os incêndios, nesta segunda (23). Os feridos passam de 100, sendo que pelo menos 69 pessoas foram hospitalizadas, algumas das quais em situação grave, relataram fontes do governo.

Bombeiros tentam combater incêndio na cidade de Rafina, próximo a Atenas
Bombeiros tentam combater incêndio na cidade de Rafina, próximo a Atenas
Foto: REUTERS/Costas Baltas / Reuters

"Eu vi cadáveres, carros queimados. Me sinto sortuda por estar viva. Mati não existe mais", contou uma mulher sobrevivente do incêndio, referindo-se à cidade turística costeira da região de Rafina, a cerca de 40km de Atenas.

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De acordo com a emissora grega Skai, as imagens de Mati "relembram o cenário macabro" da erupção do vulcão Vesúvio em Pompeia, na Itália, pois foram encontrados corpos carbonizados de duas mulheres que morreram abraçadas com seus filhos. A Grécia decretou estado de emergência e solicitou ajuda internacional para o leste e nordeste de Atenas, onde dezenas de casas foram destruídas pelas chamas e milhares de cidadãos e turistas buscam refúgio nas praias e em embarcações.

"Os nossos pensamentos vão para a Grécia e para as vítimas desses incêndios terríveis. A França e a Europa são solidárias e fornecem ajuda", escreveu no Twitter o presidente francês, Emmanuel Macron.

A Turquia também entrou em contato com o governo grego para prestar ajuda. "Estamos prontos a ajudar", disse o ministro das Relações Exteriores de Ancara, Mevlut Cavusoglu. Os dois países, marcados por uma divisão histórica de rivalidade e protagonistas de tensões políticas recentes, já colaboraram no passado em casos de desastres naturais, na considerada "diplomacia dos terremotos" de 1999, na Turquia.

Israel, por sua vez, ofereceu ajuda médica às vítimas dos incêndios e apoio aéreo ao governo. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse estar "profundamente abalado com a morte de tantas pessoas nos incêndios na Grécia". "A Itália se coloca ao lado da população grega e já está deixando à disposição dois Canadair [avião de combate a incêndios]", anunciou.

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