A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) aceitou neste sábado (12) a abertura de um diálogo com o governo do presidente Lenín Moreno sobre as medidas de austeridade que desencadearam uma onda de protestos populares no país.
O início das conversas, que terão mediação da Igreja Católica, foi anunciado pelo gabinete da Organização das Nações Unidas (ONU) em Quito. "A Conferência Episcopal Equatoriana e as Nações Unidas informam à sociedade que, após contatos com o governo e as organizações do movimento indígena, a primeira reunião foi convocada para 13 de outubro, às 15h [17h em Brasília]", diz um comunicado da ONU.
A crise foi motivada pela decisão do governo de encerrar os subsídios públicos ao preço dos combustíveis, que disparou nas últimas semanas e levou milhares de pessoas às ruas. A medida é parte de um pacote de austeridade exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para conceder um empréstimo de US$ 4,2 bilhões ao Equador.
Em função dos protestos, Moreno decretou estado de exceção por 30 dias, transferiu a sede do governo de Quito para Guayaquil e impôs toque de recolher noturno em áreas perto de prédios públicos.
Pressionado, o presidente indicou que pode rever alguns pontos de seu pacote de austeridade, que também inclui a flexibilização de leis trabalhistas e a diminuição de 30 para 15 dias nas férias de funcionários públicos.