A Interpol emitiu nesta quinta-feira (2) um mandado de prisão contra o executivo brasileiro Carlos Ghosn, que fugiu do Japão, onde é acusado de fraude fiscal, para o Líbano nos últimos dias de 2019.
Segundo a agência estatal libanesa NNA, o ministro da Justiça Albert Serhan confirmou o recebimento do pedido de captura. O mandado, no entanto, precisa de autorização judicial para ser executado.
Ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, Ghosn também tem cidadania libanesa e francesa. Ele é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e de ter desviado recursos da Nissan para fins pessoais, mas afirma ser alvo de um "complô" por parte de outros dirigentes da montadora.
Em função do escândalo, Ghosn foi demitido da presidência da Nissan e da Mitsubishi e renunciou ao comando da Renault. Ainda não se sabe como o executivo conseguiu chegar ao Líbano, mas especula-se que ele tenha fugido de Tóquio escondido em uma mala para instrumentos musicais e voado para Beirute com uma conexão na Turquia.
Ancara lançou uma investigação para apurar a suposta passagem de Ghosn por solo turco, e a polícia japonesa fez nesta quinta uma operação de busca na casa do brasileiro em Tóquio.