O Irã disse nesta segunda-feira que pode abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), se os países europeus encaminharem a questão nuclear do país ao Conselho de Segurança da ONU.
O TNP de 1968 é o alicerce do controle global de armas nucleares desde a Guerra Fria, incluindo um acordo de 2015 assinado pelo Irã com potências mundiais que lhe ofereceu acesso ao comércio global em troca de aceitar restrições ao seu programa atômico.
Reino Unido, França e Alemanha declararam na semana passada que o Irã está violando o pacto de 2015 e lançaram um mecanismo de controvérsias que poderia eventualmente levar a questão ao Conselho de Segurança e à reimposição de sanções da ONU.
"Se os europeus continuarem com seu comportamento inadequado ou enviarem o processo do Irã ao Conselho de Segurança, nos retiraremos do TNP", disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, de acordo com a agência de notícias estatal IRNA.
O destino do pacto de 2015 está em dúvida desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo e restabeleceu as sanções. O Irã respondeu diminuindo seus compromissos, embora diga que deseja que o pacto sobreviva.
A disputa nuclear está no centro de uma escalada entre Washington e Teerã, que explodiu em confrontos militares nas últimas semanas.
O TNP, de 190 membros, proíbe outros signatários além de Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França de adquirir armas nucleares, em troca de permitir-lhes programas nucleares pacíficos para geração de energia, supervisionados pela ONU.