Irã lança dezenas de mísseis balísticos contra Israel

1 out 2024 - 15h38

O Irã lançou dezenas de mísseis balísticos contra Israel nesta terça-feira em retaliação contra a campanha israelense com os seus aliados do Hezbollah no Líbano.

Sirenes soaram ao longo de Israel e explosões puderam ser ouvidas em Jerusalém e no vale do rio Jordão, após israelenses se abrigarem em refúgios antiaéreos. Repórteres na televisão estatal se jogaram no chão durante transmissões ao vivo.

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A rádio do Exército israelense disse que quase 200 mísseis foram lançados contra Israel a partir do Irã. A Guarda Revolucionária do Irã disse que o Irã havia lançado dezenas de mísseis contra Israel e que, se Israel retaliasse, a resposta de Teerã seria "mais esmagadora e ruinosa".

Os militares de Israel tinham anunciado que qualquer ataque de míssil balístico vindo do Irã seria generalizado e orientaram o público a se abrigar em locais seguros em caso de ataque.

Mais tarde, os militares disseram que os israelenses podiam deixar seus abrigos. O porta-voz militar Daniel Hagari disse que os militares não tinham conhecimento de feridos resultantes dos ataques com mísseis iranianos.

Ele descreveu o ataque como sério e disse que ele teria consequências.

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Um autoridade de alto escalão iraniano disse à Reuters que a ordem para lançar mísseis contra Israel foi dada pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. Khamenei permanece em um local seguro, acrescentou a autoridade.

Jornalistas da Reuters viram mísseis serem interceptados no espaço aéreo da vizinha Jordânia.

Uma rodada anterior de mísseis iranianos disparados contra Israel em abril -- a primeira da história -- foi abatida com a ajuda dos EUA e de outros aliados. Na ocasião, Israel respondeu com ataques aéreos no Irã, mas uma escalada maior foi evitada.

O novo lançamento de mísseis aconteceu depois que Israel informou que suas tropas haviam realizado incursões terrestres no Líbano, embora tenha descrito as investidas como limitadas.

O Irã tinha prometido retaliar após ataques que mataram a alta liderança do aliado Hezbollah no Líbano.

Em Washington, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os Estados Unidos estavam preparados para ajudar Israel a se defender de ataques de mísseis iranianos.

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"Discutimos como os Estados Unidos estão preparados para ajudar Israel a se defender contra esses ataques e a proteger o pessoal americano na região", disse Biden no X, sobre uma reunião realizada com a vice-presidente Kamala Harris e a equipe de segurança nacional da Casa Branca mais cedo.

ESCALADA RÁPIDA

Embora até agora tenha sido classificada por Israel como limitada, a primeira campanha terrestre no Líbano em 18 anos coloca soldados israelenses contra o Hezbollah, a força aliada mais bem armada do Irã no Oriente Médio.

Ela marca a maior escalada da guerra regional desde que os confrontos começaram em Gaza há um ano e é o passo mais recente depois de semanas de intensos ataques aéreos que dizimaram o Hezbollah, matando a maioria de seus principais líderes. Mais de mil libaneses foram mortos e um milhão deixaram suas casas.

O Irã, que patrocina o Hezbollah, prometeu retaliação contra Israel, aumentando os temores de que a guerra possa se espalhar pelas fronteiras da região, apesar dos esforços dos Estados Unidos, o aliado mais próximo e poderoso de Israel, para contê-la.

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No último assassinato anunciado de um líder do Hezbollah, Israel declarou ter assassinado Muhammad Jaafar Qasir, descrevendo-o como um comandante responsável pela transferência de armas do Irã e dos seus associados.

A rápida escalada que mergulhou o Líbano na guerra fez centenas de mortos. Perto da cidade de Sidon, junto ao Mediterrâneo, a sul de Beirute, pessoas choravam sobre caixões com corpos envoltos em negro de pessoas mortas em ataques israelitas.

"O prédio foi atingido e eu não pude proteger minha filha ou qualquer outra pessoa. Graças a Deus, meu filho e eu conseguimos sair, mas perdi minha filha e minha esposa, perdi minha casa e fiquei sem teto. O que você quer que eu diga? Minha vida inteira mudou em um segundo", disse o morador Abdulhamid Ramadan.

Muitos libaneses disseram que estavam prontos para resistir às forças israelenses.

"Não apenas o Hezbollah, mas todo o Líbano lutará desta vez. Todo o Líbano está determinado a lutar contra Israel pelos massacres que cometeu em Gaza e no Líbano", disse Abu Alaa, morador de Sidon.

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