O Iraque anunciou neste domingo (5) que apresentou uma denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU) contra os recentes ataques dos Estados Unidos, entre eles o do aeroporto internacional de Bagdá que deixou sete pessoas mortas, incluindo o general iraniano Qassem Soleimani e o líder iraquiano Abu Mahdi al-Mohandis.
O Ministério das Relações Exteriores de Bagdá disse que a queixa foi apresentada à Secretaria Geral da ONU e ao Conselho de Segurança. O tema são os "ataques americanos e agressões contra posições militares iraquianas, o assassinato de iraquianos e aliados de alto escalão e comandantes militares em solo iraquiano". A denúncia, que descreve os ataques como "perigosas violações da soberania do Iraque", pede que o Conselho de Segurança condene o ataque. Também hoje, o Parlamento do Iraque aprovou uma resolução para retirar as tropas da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no país contra o Estado Islâmico. Atualmente, há militares da Otan no Iraque que dão treinamento para as forças locais, e norte-americanos que, entre outras coisas, lideram a coalizão internacional.
Criada em 2014, a coalizão tinha sido solicitada pelo próprio governo do Iraque para conter o Estado Islâmico. Ela conta com o apoio de várias nações, mas é encabeçada pelos EUA, que mantém 5,4 mil militares no país. "O Parlamento votou a favor do governo revogar o pedido de ajuda contra o Estado Islâmico à coalizão internacional", anunciou o presidente do Conselho de Representantes, Mohammed Halbusi. O governo iraquiano também convocou um diplomata que representa os Estados Unidos em Bagdá para protestar contra a "violação da soberania" cometida com o ataque da última quinta-feira (2). Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que a convocação do embaixador se deve aos repetidos ataques aéreos feitos pelos EUA no território iraquiano nos últimos dias.