Israel bombardeou instalações militares iranianas no começo deste sábado, mas sua retaliação a um ataque do Irã ocorrido neste mês não teve como alvo as sensíveis infraestruturas petrolíferas e nucleares do país, evitando assim uma promessa imediata de vingança.
O risco de maior conflagração entre os dois rivais, que são fortemente armados, tensionou uma região que já passa por problemas com a guerra na Faixa de Gaza e no Líbano, mas a resposta inicial de Teerã foi o silêncio.
Caças israelenses realizaram três ondas de ataques contra fábricas de mísseis e outras instalações perto de Teerã e no oeste iraniano, alertando que seu arquirrival não deveria revidar o ataque.
O Irã afirmou que a sua defesa respondeu de forma bem-sucedida ao ataque, mas que quatro soldados morreram. Algumas instalações sofreram "danos limitados". Uma agência de notícias iraniana semioficial disse que haveria "uma reação proporcional" aos ataques.
Temores de uma escalada no conflito cresceram desde o dia 1º de outubro, quando o Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel, matando uma pessoa na Cisjordânia ocupada, em resposta a ações israelenses.
A piora do conflito no Líbano, onde Israel está realizando uma intensa campanha contra o Hezbollah, principal aliado regional do Irã e que vem atirando foguetes contra o norte de Israel, elevou a temperatura do conflito.
Os Estados Unidos e outros países pediram o fim do ciclo de conflitos Uma autoridade norte-americana disse que "isso deveria acabar".
O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que o país tem o "direito e obrigação" de se defender, mas que "reconhece suas responsabilidades em relação à paz e segurança regionais", uma declaração considerada mais conciliatória.
Agências de notícias exibiram imagens de passageiros no Aeroporto Internacional de Medrabad, em Teerã, para mostrar que os ataques teriam tido pouco impacto.
Beni Sabti, especialista em Irã do Instituto para Estudos de Segurança Nacional, de Tel Aviv, afirmou que o ataque israelense aparentemente tinha como objetivo dar a Teerã uma chance de evitar uma maior escalada.
"Vemos que Israel quer encerrar esse evento, passar uma mensagem ao Irã de que é assunto encerrado e que não queremos escalá-lo", afirmou.
Vídeos exibidos pela imprensa iraniana mostravam as defesas aéreas do país disparando continuamente contra o que aparentavam ser projéteis que caíam sobre o centro de Teerã, sem dizer quais instalações estavam sendo atacadas.
O setor militar israelense afirmou que caças atingiram instalações de fabricação de mísseis e conjuntos de mísseis terra-ar. Os aviões retornaram em segurança.
"Se o regime do Irã cometer o erro de iniciar mais uma rodada de escalada, seremos obrigados a responder", afirmaram os militares israelenses.
No Líbano, o Hezbollah afirmou neste sábado que lançou um ataque com drones contra a base aérea de Tel Nof, em Israel, ao sul de Tel Aviv, e que teve também como alvo uma base de inteligência.
Israel afirmou que atingiu instalações do Hezbollah nos subúrbios sul de Beirute, conhecidos como Dahiyeh.