Israel ordena evacuação de hospital em Gaza; local abriga 12 mil palestinos e 400 pacientes

Diretor da OMS, Tedros Adhanom, reforçou que segundo o Direito Internacional Humanitário, centros médicos devem ser sempre protegidos

29 out 2023 - 19h07
(atualizado às 21h56)
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, que faz parte da Cruz Vermelha, afirmou que recebeu ordem de Israel para evacuar o Hospital de Al-Quds, na Cidade de Gaza, parte noite do território. Desde a manhã deste domingo, 29, israel bombardeia os arredores do hospital que serve de abrigo para 12 mil palestinos, além de 400 pacientes.   

"Acabamos de receber graves ameaças das autoridades de ocupação [Israe] para imediatamente evacuar o Hospital Al-Quds na Faixa de Gaza porque ele vai ser bombardeado. Desde esta manhã, ocorrem bombardeios a cerca de 50 metros do hospital", disse a organização, em comunicado no X, antigo Twitter. 

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O Crescente Vermelho também compartilhou vídeo do interior do hospital, mostrando dezenas de pessoas espalhadas no chão, algumas machucadas, além de quartos cobertos de destroços, poeira e janelas estilhaçadas.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com as ameaças israelenses. “Reiteramos – é impossível evacuar hospitais cheios de pacientes sem colocar suas vidas em risco. Segundo o Direito Internacional Humanitário, centros médicos devem ser sempre protegidos", afirmou no X. 

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O Hospital de Al-Quds fica na parte norte de Gaza, região onde ocorrem as incurssões israelenses. Mais cedo Israel reiterou que o seu 'pedido' de evacuação do norte de Gaza agora é 'urgente'. A unica opção para os palestinos seria buscar algum refúgio na porção sul de Gaza,  mas os bombardeios também continuam por lá. 

“Nas últimas duas semanas, temos apelado aos residentes do norte da Faixa de Gaza e da Cidade de Gaza para se mudarem temporariamente para o sul. A mudança para o sul é para sua segurança pessoal. Hoje estamos enfatizando que esta é uma chamada urgente”, disse o porta-voz principal das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari.  

Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:

  • Desde o início do conflito, mais de 8.005 palestinos morreram, sendo 3.595 crianças e 2.062 mulheres, e mais de 20 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 311 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
  • Estima-se que 239 pessoas, a maioria israelenses, foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza; apenas 4 já foram libertadas; o número exato de capturados, no entanto, já sofreu alterações desde o início dos conflitos; as autoridades israelenses falam em 40 desaparecidas, além dos 239 reféns;
  • Em 22 dias de conflito cerca de 45% das residências de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruídas e mais de 1.4 milhão de palestinos foram deslocados de suas casas, para outras partes de Gaza, após ordem de evacuação de Israel;
  • No  21.º dia do conflito entre Israel e Hamas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram os bombardeios à Gaza, e cortaram o acesso à internet e telefonia dos palestinos. A Faixa de Gaza, que já estava sem energia elétrica, sem combustível e praticamente sem água potável, ficou também incomunicável;
  • Após semanas anunciando uma possível invasão terrestre à Gaza, no dia 28 de outubro, Netanyahu deu aval para operação terrestre e ataques se intensificaram;
  • No dia 27 de outubro, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução que pede pausa humanitária em Gaza; o Representante palestino na ONU já havia pedido um cessar-fogo imediato; já no Conselho de Segurança da ONU os textos do Brasil, Rússia e EUA foram vetados; a proposta brasileira recebeu um único veto de um membro-permanente, dos EUA;  
  • Desde o início dos bombardeios, entidades de Direitos Humanos e a ONU alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos chegaram a usar carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
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  • Ajuda humanitária começou a chegar a Gaza apenas no dia 20 de outubro, 13 dias após o início do conflito;
  • Em 17 de outubro, o bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou; já no dia 19, a terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada;
  • Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel, o que resultou em mais de 1.200 mortos; Benjamin Netanyahu, que já adotava política que incentivava a expropriação de terras palestinas na Cisjordânia, onde o Hamas não tem controle,  declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo, iniciando uma nova onda de ataques à Gaza;
  • O que é o Hamas? O Hamas é organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
  • O que é o cerco à Gaza? A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
  • Estado Palestino: os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948 quando o estado de Israel foi fundado. 

Entenda o conflito envolvendo Israel, Palestina e Hamas Entenda o conflito envolvendo Israel, Palestina e Hamas

Fonte: Redação Terra
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