A Corte de Apelação de Brescia absolveu nesta sexta-feira (25) o professor aposentado Antonio Gozzini, de 81 anos, da acusação de feminicídio contra sua esposa por ser considerado "incapaz de entender e querer porque estava sofrendo de um delírio de ciúmes".
A Procuradoria-Geral de Brescia havia pedido a condenação de Gozzini a 21 anos de prisão pela morte de sua companheira, Cristina Maioli, de 62 anos, em 2019, alegando que "ele era plenamente capaz de entender e querer".
O italiano foi absolvido depois que seu advogado de defesa alegou que ele sofria de um delírio de ciúme. "Seu ciúme patológico nunca surgiu antes do assassinato. Só foi falado depois, apenas na tentativa de encontrar uma causa de não punição", disse o procurador-geral de Brescia, Guido Rispoli, que chegou a pedir prisão perpétua.
De acordo com Rispoli, o risco é que a decisão passe a mensagem que os atos de qualquer homem ciumento podem ser justificados.
Na madrugada entre 3 e 4 de outubro de 2019, Gozzini matou Maioli enquanto ela dormia. O aposentado primeiro atingiu a esposa com um rolo de massa e depois a esfaqueou na garganta e nas pernas. Após o crime, ele observou o corpo por mais de 24 horas, antes de avisar a empregada.