Itália pode elevar taxa para processos de cidadania na Justiça

Medida está prevista em Lei Orçamentária do governo Meloni

8 nov 2024 - 12h09
(atualizado às 13h21)

O governo da Itália propôs um aumento de 10% na taxa cobrada para abertura de processos na Justiça para o reconhecimento da cidadania por direito de sangue (jus sanguinis).

    Com isso, o valor passaria dos atuais 545 euros (R$ 3,4 mil) por solicitação, independentemente do número de requerentes, para 600 (R$ 3,7 mil) por pessoa, medida que provocou protestos em comunidades de ítalo-descendentes no exterior. A iniciativa está no projeto de Lei Orçamentária para 2025 apresentado pela premiê Giorgia Meloni ao Parlamento, que agora deve deliberar sobre o texto.

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    "Não é apenas uma medida inconstitucional por discriminar as pessoas com base em suas capacidades econômicas, mas também é um ataque inexplicável aos italianos no exterior", diz uma nota assinada pelo senador Mario Borghese, vice-presidente do Movimento Associativo dos Italianos no Exterior (Maie).

    Ao lado do deputado e correligionário Franco Tirelli, o parlamentar apresentou uma emenda à Lei Orçamentária para cancelar o artigo referente ao aumento da taxa.

    A proposta chega em meio ao acalorado debate sobre um projeto protocolado pelo partido Força Itália (FI), que integra o governo Meloni, para restringir o princípio do direito de sangue.

    A iniciativa do FI impediria ítalo-descendentes cujos pais, avós e bisavós tenham nascido fora da Itália de obter a cidadania "jus sanguinis", mas sem afetar processos já em andamento.

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    Por outro lado, prevê cidadania para estrangeiros nascidos na Itália ou que tenham chegado no país antes do quinto aniversário, mas apenas quando eles completarem 16 anos e desde que tenham residido em solo italiano durante uma década ininterrupta e concluído o ciclo escolar até essa faixa etária.

    Atualmente, não há limite geracional para o "jus sanguinis", enquanto filhos de imigrantes nascidos na Itália só podem obter a cidadania após os 18 anos. No entanto, Meloni já indicou que o projeto do FI não está entre as prioridades do governo.

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