A Itália disse nesta terça-feira que há "muitas dúvidas" sobre o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, avaliando que não seria viável prendê-lo enquanto ele seguir no comando do governo.
A Itália, que atualmente preside o Grupo dos Sete (G7), sediou uma reunião de ministros das Relações Exteriores que resultou em declaração final sem menção direta aos mandados de prisão do TPI contra os líderes israelenses e do Hamas.
O ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, que tentou estabelecer uma posição comum dos integrantes do G7 sobre o assunto, disse que Roma tem muitas dúvidas sobre a legalidade dos mandados e que é necessário ter clareza se altos funcionários de Estado têm imunidade contra prisão.
"Netanyahu nunca iria a um país onde pudesse ser preso", disse Tajani em coletiva de imprensa ao final do encontro de dois dias realizado na cidade termal de Fiuggi.
"A prisão de Netanyahu é impraticável, pelo menos enquanto ele for primeiro-ministro", acrescentou.
A discussão relacionada ao TPI gerou tensão dentro da coalizão da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.
O ministro da Defesa, Guido Crosetto, afirmou que Roma teria que cumprir suas obrigações e prender Netanyahu se ele viesse à Itália, enquanto Matteo Salvini -- líder do partido da coalizão Liga -- disse que o líder israelense seria bem-vindo no país.
A ação do TPI foi fortemente criticada pelos Estados Unidos, que, assim como Israel, não são membros da corte.