A Itália reabriu nesta segunda-feira (25) academias e piscinas públicas, em mais um relaxamento nas medidas de isolamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus, mas as autoridades ainda mostram preocupação com as aglomerações noturnas vistas nos últimos dias.
As únicas exceções para a reabertura de piscinas e academias são as regiões da Lombardia, epicentro da pandemia na Itália, e da Basilicata, que decidiram adiar o relaxamento pelo menos até 1º e 3 de junho, respectivamente.
Por serem locais de maior contato físico, as academias terão de seguir rígidas regras de higiene e distanciamento e manter a lista de frequentadores por pelo menos 14 dias.
Os estabelecimentos também terão de reorganizar seus espaços para garantir distanciamento mínimo de um metro em vestiários e entre pessoas em repouso e de dois metros para usuários que estejam se exercitando.
Os aparelhos terão de ser higienizados depois de cada uso, e o ambiente precisará ser arejado constantemente. Já as piscinas terão de garantir uma superfície mínima de sete metros quadrados por pessoa, e o governo recomendou a entrada apenas mediante reserva.
Relaxamento
Até o momento, a reabertura de livrarias e lojas de produtos para crianças, em 14 abril, e das indústrias de manufatura e construção civil, em 4 de maio, não provocou um recrudescimento da pandemia na Itália.
Mas agora as autoridades aguardam os efeitos do relaxamento da quarentena iniciado no último dia 18, quando foram reabertos restaurantes, bares, salões de beleza, comércios, praias e igrejas.
Durante o fim de semana, prefeitos, governadores e ministros manifestaram preocupação com as aglomerações em bares durante a noite e até anunciaram medidas para coibir a "movida", palavra espanhola que acabou incorporada ao léxico italiano como sinônimo de vida noturna e "happy hour".
"Se é compreensível e humano, após dois meses, querer sair de casa, não devemos esquecer que ainda estamos na pandemia, então quem alimenta uma 'movida' está traindo os sacrifícios feitos por milhões de italianos", disse nesta segunda-feira (25) o ministro das Relações Regionais, Francesco Boccia.
Segundo ele, um eventual aumento dos contágios pode impedir a liberação de deslocamentos inter-regionais no país, prevista para 3 de junho. Já o governador da Lombardia, Attilio Fontana, alertou que "não vale a pena desperdiçar todo o esforço feito com alguns comportamentos imprudentes".
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, fez coro e disse que não pode haver um segundo fim de semana como o último. "Está claro que este fim de semana não foi tranquilo", declarou. Segundo a Defesa Civil, a Itália contabiliza 229.858 casos do novo coronavírus e 32.785 mortes.