A Itália recebeu neste sábado (28) o último avião militar que estava fazendo o processo de evacuação de civis, funcionários do governo e militares do Afeganistão e elevou a preocupação com ameaças terroristas.
O C-130 partiu ontem (27) por volta das 16h (horário de Roma) com militares italianos, o cônsul do país no Afeganistão, Tommaso Claudi, e o embaixador Stefano Pontecorvo, que coordenava a retirada para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a bordo.
O avião chegou ao aeroporto de Fiumicino, em Roma, e foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio. Com isso, a Itália encerrou seus trabalhos de evacuação do território desde o anúncio da retirada das tropas ocidentais.
Todos os italianos que quiseram deixar Cabul foram evacuados, ao lado de cerca de 4,9 mil cidadãos afegãos. "Somos o primeiro país da UE a evacuar cidadãos afegãos", disse ele.
O chanceler italiano agradeceu aos carabineiros de Toscana, porque sem eles o governo não teria conseguido garantir a presença de Claudi e de Pontecorvo no Afeganistão, e enfatizou que agora começa a "fase dois" em Cabul.
Segundo Di Maio, a partir desse momento, a Itália tem que focar em "não abandonar o povo afegão, as mulheres afegãs, as crianças afegãs", principalmente porque "há uma grande preocupação com as ameaças terroristas".
"A Itália está trabalhando em um G20 extraordinário no Afeganistão. Nosso objetivo é chegar a uma linha comum sobre o futuro do povo afegão", explicou.
O ministro da Farnesina reforçou ainda que o plano italiano para ajudar o povo afegão ficará pronto nesta semana com a primeira reunião da sala de controle interministerial.
O projeto foi apresentado há poucos dias durante o Conselho de Ministros e tem como objetivo "coordenar as iniciativas de acolhimento e formação de muitas crianças e jovens que chegaram à Itália", finalizou Di Maio.