O Parlamento da Itália reelegeu neste sábado, 29, Sergio Mattarella como presidente, numa oitava rodada de votações, após quase uma semana de debates frequentemente tensos no Parlamento em Roma.
O político de 80 anos vinha repetidamente rechaçando um segundo mandato na presidência. No entanto, diante do prolongado impasse político, o primeiro-ministro Mario Draghi lhe pediu que se mantivesse no cargo "pelo bem e estabilidade do país".
Após a sétima votação frustrada, a coalizão de governo encabeçada pelo apartidário Draghi - cujas principais legendas são Movimento Cinco Estrelas, Liga, Força Itália e Partido Democrático (PD) - informou ter feito um acordo para reeleger o 12º presidente da República Italiana, que assim obteve os necessários 505 votos de deputados e representantes regionais.
Cargo cerimonial com grandes poderes
Embora a presidência italiana tenha caráter basicamente cerimonial, o chefe de Estado dispõe de poderes amplos no caso de crises políticas, desde o de dissolver o Parlamento a nomear novos chefes de governo e negar o mandato a coalizões governamentais frágeis.
Durante meses, o atual premiê, ex-presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi, fora anunciado como o mais promissor candidato a presidente. No entanto, alguns partidos insistem que ele é um recurso precioso demais em sua atual atribuição.
Na presidência desde fevereiro de 2015, o também apartidário Mattarella estabeleceu um perfil sólido como presidente, numa época em que o país enfrenta uma série de crises profundas. Entre os que apoiaram a reeleição está o ex-premiê e bilionário conservador Silvio Berlusconi, de 85 anos, que até poucas semanas atrás também concorria ao cargo.
A Itália se encontrou numa situação semelhante cerca de uma década atrás, quando Giorgio Napolitano foi eleito para permanecer na presidência, numa tentativa de resolver o impasse resultante das inconclusivas eleições gerais de 2013.