A Itália registrou nesta sexta-feira (16) a marca inédita de mais de 10 mil casos do coronavírus Sars-CoV-2 em um único dia.
Segundo boletim do Ministério da Saúde, foram 10.010 contágios confirmados em 24 horas, estabelecendo um novo recorde pelo terceiro dia consecutivo.
Na quarta e na quinta, o país havia registrado 7.332 e 8.804 diagnósticos positivos, respectivamente - antes disso, a maior marca era de 21 de março, quando a Itália atravessava o pico da pandemia, com 6.557.
O novo recorde de casos chega em um dia em que as autoridades sanitárias contabilizaram o processamento de 150.377 exames RT-PCR para o novo coronavírus, menos que os 162.932 de quinta-feira, porém quase seis vezes mais que os 26.336 de 21 de março.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Itália tem agora 391.611 casos positivos confirmados e 36.427 óbitos, após um acréscimo de 55 vítimas nesta sexta-feira, 28 a menos que as 83 da última quinta. O recorde de mortes em um único dia é de 27 de março, com 919.
Médias móveis
O balanço desta sexta-feira fez a média móvel de casos em sete dias subir para 6.835, cifra 250% maior que a registrada duas semanas atrás, e atingir um novo recorde na Itália.
Essa também já é a semana com mais contágios no país desde o início da pandemia - mesmo sem os dados de sábado -, com 42.122, superando os 38.894 de 22 a 28 de março.
A média móvel de óbitos subiu para 45, alta de 126% na comparação com 14 dias atrás. Esse é o maior valor desde 19 de junho, com 48, mas ainda está longe da média recorde de 814 mortes registrada em 2 de abril.
O país também contabiliza 247.872 pacientes curados e 107.312 casos ativos, maior cifra desde 22 de abril (107.699), ainda antes do fim do lockdown. Do total de pessoas com contágios ativos, 638 estão internadas em UTIs, 52 a mais que na quinta-feira.
Restrições
Apesar desse crescimento nos números da pandemia, o governo italiano descarta impor um segundo lockdown nacional, mas deve fazer reuniões neste sábado (17) para discutir possíveis novas medidas de contenção.
Enquanto isso, diversas regiões têm agido de forma unilateral para tentar conter o aumento dos casos. A Campânia, uma das mais atingidas nessa "segunda onda", fechou escolas até 30 de outubro, limitou os horários de bares e restaurantes e prometeu toque de recolher para o fim de semana de Halloween.
Já o Piemonte determinou o fechamento de todas as atividades comerciais no período entre meia-noite a 5h. Além disso, hospitais voltaram a se dedicar exclusivamente a pacientes da Covid-19, incluindo o Instituto Lazzaro Spallanzani, em Roma, principal referência em doenças infecciosas na Itália.