Itamaraty diz que governo venezuelano é crime organizado

Segundo chanceler brasileiro, governo de Maduro tem como base corrupção, narcotráfico, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas e terrorismo

18 jan 2019 - 07h55
(atualizado às 07h57)

Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, destacou que o Brasil poderá apoiar um governo interino na Venezuela liderado pelo deputado Juan Guaidó e atacou o atual presidente Nicolás Maduro, no poder desde 2013.

"O sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo", ressaltou o comunicado.

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Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
Foto: WALTERSON ROSA/FRAMEPHOTO / Estadão

A medida de legitimar um governo de Guaidó foi discutida pelo chanceler em encontros com opositores venezuelanos e representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), do Grupo de Lima e dos Estados Unidos.

"A reunião teve por objetivo analisar a situação na Venezuela decorrente da ilegitimidade do exercício da presidência por Nicolás Maduro e da manifestação do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, de sua disposição de assumir a presidência da Venezuela interinamente, seguindo a Constituição venezuelana", ressaltou o comunicado.

"Teve igualmente por objetivo discutir ideias de ação concreta para restabelecer a democracia na Venezuela."

No comunicado, o chanceler destacou o apoio do governo brasileiro à oposição de Maduro. "O Brasil tudo fará para ajudar o povo venezuelano a voltar a viver em liberdade e superar a catástrofe humanitária que hoje atravessa", ressaltou.

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Ernesto Araújo afirmou, por meio da nota, que há um "genocídio silencioso" na Venezuela e que, segundo opositores, 300 mil pessoas correm risco de morrer de fome no país. "Mais de 11.000 recém-nascidos perdem a vida anualmente por falta de atendimento primário pós-natal. O déficit de medicamentos é de 85%", destacou.

Ainda no comunicado, o chanceler disse que a posição do governo brasileiro e do presidente Jair Bolsonaro no movimento contra Maduro é reconhecida por lideranças da Venezuela. O papel-chave do Brasil, sob liderança de Bolsonaro, na mudança do cenário venezuelano, onde pela primeira vez em muitos anos, ressurge a esperança da democracia, foi reconhecido por todos os líderes venezuelanos."

Um dos participantes da reunião, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma pediu que o Brasil reconhecesse um possível governo de Guaidó. "Que se reconheça não apenas a Assembleia Nacional e o Tribunal Supremo de Justiça em exílio como entidades legítimas, mas aceitem também Juan Guaidó como presidente constitucional da Venezuela."

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