O Japão e a Coreia do Sul, dois grandes compradores de petróleo iraniano, estão conversando com o governo dos Estados Unidos para tentar evitar impactos negativos devido à adoção de sanções de Washington que visam excluir o Irã dos mercados internacionais.
Os EUA estão exigindo que os países interrompam todas as importações de petróleo iraniano a partir de novembro, disse uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado norte-americano na terça-feira, e o governo Trump aumentou a pressão para que seus aliados cortem o financiamento a Teerã.
Tóquio e Seul obtiveram dispensas que lhes permitiram comprar quantidades limitadas de petróleo do Irã durante uma rodada anterior de sanções encerradas em 2016, mas desta vez Washington adotou uma postura mais rígida.
O secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, disse em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira que o Japão e os EUA estão conversando sobre as sanções ao Irã, mas não quis revelar detalhes.
"O Japão e os EUA estão conversando agora sobre a readoção de sanções contra o Irã, e não quero revelar os detalhes dos debates", disse Suga. "Estamos analisando atentamente o impacto que a medida dos EUA causaria, e gostaríamos de negociar com países envolvidos, inclusive os EUA, para que não haja um impacto adverso em empresas japonesas", acrescentou.
Na Coreia do Sul, um funcionário do Ministério da Energia que não quis ser identificado disse que o governo continuará negociando com os EUA para obter uma isenção das sanções.
"Estamos na mesma posição do Japão. Estamos conversando com os EUA e continuaremos negociando para obter uma isenção", afirmou.
Embora as remessas de petróleo não tenham sido mencionadas por nenhum dos funcionários, a ameaça de perder o suprimento iraniano paira sobre os dois países, que importam praticamente todo o petróleo que necessitam.
O Irã é o terceiro maior exportador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e Japão e Coreia do Sul são dois de seus maiores compradores, assim como China e Índia.
Clientes japoneses, sul-coreanos e indianos já começaram a reduzir suas compras do Irã.