O ultraliberal Javier Milei, o mais votado nas primárias para as eleições presidenciais na Argentina, afirmou neste sábado (19) que o papa Francisco é o "líder espiritual da grande maioria dos argentinos" e que daria boas-vindas a ele, se visitar o país quando for eleito, "como um chefe de Estado".
Esta é a segunda vez que Milei é cordial com o Pontífice após ter dito que o respeita como líder mundial da Igreja Católica.
No entanto, durante a campanha ele havia demonstrado outra postura. "O Papa Francisco me parece um dos piores e mais desastrosos personagens", declarou ele há algum tempo, acrescentando que, "como jesuíta, promove o comunismo, que foi um fracasso econômico, social e cultural".
A declaração havia sido dada depois dele esclarecer que, embora acredite em Deus, não se sente identificado com a Igreja como instituição.
"Acho que [a Igreja Católica] não contribui para melhorar a espiritualidade do ser humano. No caso de Francisco, é a expressão máxima da tarefa oposta", afirmou o argentino meses atrás, embora agora tenha moderado esse discurso.
O candidato da coalizão A Liberdade Avança (LLA), um "outsider" da política, reconheceu hoje, em entrevista à Radio Mitre de Buenos Aires, o bom diálogo que mantém com o ex-presidente Mauricio Macri e reforçou que pretende oferecer-lhe "um papel de destaque" dentro do seu governo caso vença as eleições presidenciais de outubro.
"Se eu for presidente, Macri teria um papel de destaque como representante da Argentina. Seria uma figura acima do Ministério das Relações Exteriores e outros. Um representante do país, não sei como definir, a figura teria que ser criada, mas acho que é alguém que pode abrir mercados", explicou.
Em relação à reunião virtual que realizou na última sexta-feira (18) com autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI), Milei garantiu que o tratamento foi "muito cordial" e que estão "de boas relações" para um futuro encontro.
"Combinamos que eles vão nos passar seus papéis de trabalho. É a primeira reunião de muitas e agora começa uma interação das equipes técnicas", explicou. "Uma das coisas que deixei claro é que os compromissos são respeitados à risca", concluiu. .