Jean-Marie Le Pen, líder histórico da extrema direita francesa, morre aos 96 anos

Político é pai de Marine Le Pen e foi candidato à Presidência da França cinco vezes

7 jan 2025 - 09h18
(atualizado às 10h41)
O líder do partido político de extrema direita Frente Nacional da França, Jean-Marie Le Pen, participa de uma coletiva de imprensa antes de um comício para as próximas eleições europeias em Nice, sudeste da França, em 3 de junho de 2009.
O líder do partido político de extrema direita Frente Nacional da França, Jean-Marie Le Pen, participa de uma coletiva de imprensa antes de um comício para as próximas eleições europeias em Nice, sudeste da França, em 3 de junho de 2009.
Foto: REUTERS/Eric Gaillard/Foto de arquivo

O político Jean-Marie Le Pen morreu aos 96 anos nesta terça-feira, 7. A informação foi divulgada pela família dele à agência de notícias France Presse (AFP).

Segundo a família, ele estava internado em uma casa de repouso em Garches, nas proximidades de Paris, por conta da sua saúde debilitada. O comunicado diz que o político morreu ao meio-dia (8h no horário de Brasília) "cercado por sua família".

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Le Pen foi um líder histórico da extrema direita francesa e candidato a presidente da República em cinco eleições. Figura polarizadora, ele era conhecido por sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo.

O político é pai de Marine Le Pen, atualmente o principal nome da extrema direita na França. Marine concorreu à presidência em 2012, 2017 e 2022 e hoje é deputada na Assembleia Nacional Francesa.

Vida e carreira política de Jean-Marie Le Pen

Jean-Marie Le Pen nasceu em 20 de junho de 1928 em Trinité-sur-Mer, oeste da França. Ele se formou em Direito e chegou a servir como militar. Na década de 50, ele se alistou na Legião Estrangeira Francesa e foi enviado para as guerras da Indochina e da Argélia.

Em 1956, em Paris, ele foi eleito para a Assembleia Nacional e, em 1962, perdeu seu assento. Em 1984, foi eleito eurodeputado. E em 1986, voltou à Assembleia Nacional francesa.

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Le Pen foi, em 1972, um dos fundadores do antigo partido Frente Nacional (Front National, no original), que em 2018 foi renomeado para Reunião Nacional (Rassemblement National), nacionalista de extrema direita francesa. 

Ele ficou no comando do partido até janeiro de 2011, quando renunciou. Sua filha, Marine Le Pen, foi quem assumiu o comando. Pelo partido, ele se candidatou à presidência da França em 1974, 1988, 1995, 2002 e 2007. Em 2002, ele foi para o segundo turno das eleições, mas perdeu para Jacques Chirac. 

Jean-Marie Le Pen abraça sua filha Marine Le Pen após seu discurso em seu tradicional comício em Paris, França, em 1º de maio de 2013.
Foto: REUTERS/Charles Platiau/Foto de arquivo

Ao longo da sua carreira política, Le Pen defendeu políticas radicais e maior restrição à entrada de imigrantes no País. Ele já foi condenado várias vezes por declarações de cunho antissemita, racista, xenofóbico, além de negar fatos relacionados ao Holocausto. Suas declarações polêmicas também prejudicaram suas alianças políticas.

Em 2015, o político foi expulso do próprio partido após reiteradas declarações polêmicas sobre o Holocausto. Na época, ele reagiu ferozmente à expulsão, acusou sua filha de traição e a atacou em público. Acabou obtendo uma vitória na Justiça e inicialmente foi autorizado a manter seu título de presidente honorário. No entanto, mais tarde foi destituído desse título. Le Pen acabou se afastando cada vez mais de Marine e, desde que foi expulso do partido, passou a ocupar manchetes, sobretudo devido a sua briga contínua com ela.

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Sem o pai, que era contra uma postura mais moderada, Marine Le Pen continuou reformulando a imagem do partido para expandir seu apelo eleitoral.

Apesar de sua exclusão do partido em 2015, o legado divisivo de Jean-Marie Le Pen perdura, marcando décadas da história política francesa e moldando a trajetória da extrema direita.

(*Com informações da DW).

Fonte: Redação Terra
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