A Johnson & Johnson afirmou na quinta-feira que pediu ao órgão regulador de alimentos e medicamentos dos EUA autorização para uso emergencial de sua vacina contra Covid-19, que precisa de apenas uma dose, e solicitará o mesmo às autoridades europeias nas próximas semanas.
O pedido da farmacêutica à Food and Drugs Administration (FDA) acontece depois do seu relatório publicado em 29 de janeiro, em que diz que a vacina teve eficácia de 66% em evitar infecções durante seus testes globais.
A agência reguladora afirmou na noite de quinta-feira que havia marcado uma reunião do seu Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos Relacionados em 26 de fevereiro para discutir o pedido da empresa por autorização de uso emergencial.
Vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna foram autorizadas um dia depois de uma reunião como essa.
A dose única da vacina da J&J pode ajudar a reforçar fornecimento e simplificar a campanha de imunização dos EUA, entre preocupações com novas ondas devido à variante mais contagiosa do coronavírus originada no Reino Unido e a potencial eficácia menor da vacina contra a variante que apareceu na África do Sul.
Ao contrário das duas vacinas atualmente autorizadas, da Pfizer/BioNTech e da Moderna, a da J&J não precisa de uma segunda dose ou ser transportada em congelamento.
Após o pedido da empresa, os reguladores precisarão de tempo para analisar os dados e o comitê consultivo precisará se reunir. O diretor científico da empresa, Paul Stoffels, afirmou mês passado que a J&J estava preparando-se para começar distribuir a vacina em março.
Os Estados Unidos concordaram em pagar 1 bilhão de dólares por 100 milhões de doses, que a J&J deve fornecer na primeira metade do ano. Os Estados Unidos também têm a opção de comprar 200 milhões de doses adicionais.
No teste da J&J com quase 44.000 voluntários conduzido em oito países, o nível de proteção contra a Covid-19 foi de 72% nos Estados Unidos, 66% na América Latina e 57% na África do Sul, onde as variantes estão circulando.
A vacina com duas doses da Pfizer/BioNTech SE e da Moderna têm eficácia de 95%.
No entanto, os dois testes foram conduzidos majoritariamente nos Estados Unidos e antes da disseminação das novas variantes.
O principal objetivo do estudo da J&J foi a prevenção de casos moderados ou graves de Covid-19, e a vacina tem 85% de eficácia contra doenças graves e na prevenção de internações e contra múltiplas variantes 28 dias depois da imunização.