Morreu neste sábado (25), aos 81 anos de idade, o senador norte-americano John McCain, candidato à Presidência dos Estados Unidos em 2008.
Veterano de guerra e adversário de Donald Trump dentro do Partido Republicano, McCain lutava contra um tumor cerebral agressivo desde julho de 2017 e decidira interromper o tratamento na última sexta-feira (24).
"Meus mais profundos afeto e respeito para a família do senador John McCain. Nossos corações e orações estão com vocês", escreveu Trump no Twitter.
O senador nunca escondeu o ceticismo em relação ao magnata republicano e boicotou a convenção republicana que o tornou candidato à Casa Branca, além de ter criticado seus projetos para revogar a reforma sanitária de Barack Obama e seus ataques à imprensa.
Segundo a mídia norte-americana, McCain teria expressado a vontade de que Trump não fosse convidado para seu funeral. "McCain compartilhava comigo a fidelidade a algo mais elevado, ou seja, os ideais pelos quais gerações de americanos e imigrantes combateram", disse o ex-presidente Obama.
Já seu antecessor, George W. Bush, afirmou que o senador era um "patriota". Por sua vez, o também ex-mandatário Bill Clinton declarou que McCain era "tenaz" e elogiou seus esforços para normalizar as relações com o Vietnã.
O corpo do republicano será velado no Arizona, sua base eleitoral, e no Capitólio, sede do Congresso dos EUA, em Washington. McCain deve ser sepultado em Annapolis, no estado de Maryland.
Histórico
Senador pelo Arizona desde 1987, John Sidney McCain III nasceu na Zona do Canal do Panamá, em 29 de agosto de 1936, e se formou na Academia Naval de Annapolis, em 1958. Cerca de uma década mais tarde, seria mandado para a Guerra do Vietnã, onde teve seu avião abatido durante uma missão de bombardeio aéreo.
McCain conseguiu se ejetar e caiu em um lago de Hanói, com os braços e uma perna quebrados. Ainda assim, conseguiu inflar o colete salva-vidas, mas acabou capturado por vietcongues ao chegar à margem e foi levado para uma prisão de guerra chamada "Hanoi Hilton".
O militar passou mais de cinco anos sob poder dos vietnamitas do norte, período durante o qual foi torturado e tentou se suicidar duas vezes. Também foi usado como peça de propaganda no país asiático, já que era filho do almirante que comandava as forças norte-americanas no Pacífico.
Libertado em 1973, McCain voltou para os Estados Unidos e passou a frequentar o Senado como funcionário da Marinha. Em 1981, suas nascentes pretensões políticas sofreram um golpe com a decisão de sua esposa, Carol, de se divorciar por causa das traições do marido. "Era um homem egoísta e imaturo", reconheceu McCain certa vez.
Pouco depois, se casou com Cindy Hensley, herdeira de um magnata da indústria cervejeira, e se mudou para o Arizona, onde seria eleito senador sucessivas vezes. Em 2000, tentou se candidatar à Presidência, mas perdeu nas primárias para George W. Bush.
Em 2008, conseguiu concorrer à Casa Branca, mas foi derrotado por Obama (52,9% a 45,7%, 365 a 173 no colégio eleitoral).