Justiça argentina reabre denúncia de promotor contra Cristina Kirchner

30 dez 2016 - 06h50

A Justiça argentina decidiu reabrir hoje (29) a denúncia do promotor Alberto Nismam contra a ex-presidente Cristina Kirchner. Dias antes de aparecer morto, Nismam acusou a ex-presidente de ter tentado garantir a impunidade de iranianos que perpetraram em 1994 um atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), no qual 85 pessoas morreram e cerca de 330 ficaram feridas. As informações são da Agência Ansa.

Cristina Kirchner é acusada de assinar acordo para encobrir supostos terroristas iranianos Arquivo/José Cruz/Agência Brasil
Cristina Kirchner é acusada de assinar acordo para encobrir supostos terroristas iranianos Arquivo/José Cruz/Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Em janeiro do ano passado, Nisman havia acusado Kirchner, o ministro de Relações Exteriores, Héctor Timerman, e outros dirigentes políticos de terem negociado um acordo bilateral com o governo do Irã, assinado em 2013, com a intenção de encobrir altos funcionários iranianos na investigação.

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Apenas quatro dias depois de ter apresentado sua denúncia, no dia 18 de janeiro de 2015, Nisman foi encontrado morto em seu apartamento em Buenos Aires.

O promotor era responsável pela investigação do atentado contra a sede da Amia, uma das principais instituições da comunidade judia na Argentina, que deu ordens de prisão a seis altos dirigentes de Teerã acusados de organizar o ataque.

O acordo assinado por Argentina e Irã nunca foi ratificado pelo Parlamento iraniano e foi declarado inconstitucional pela Suprema Corte de Buenos Aires. A denúncia de Nisman se tornou objeto de um processo jurídico que acabou sendo arquivado até esta quinta, quando foi reaberto.

"A decisão deliberada de encobrir os responsáveis de origem iraniana (...) foi tomada pela presidente Cristina Kirchner e instrumentada principalmente pelo ministro de Relações Exteriores, Héctor Marcos Timerman", disse Nisman ano passado, durante a apresentação de sua denúncia. Segundo o promotor, a mandatária teria tido motivos comerciais, como intercâmbio de petróleo e grãos.

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Agência Brasil
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