Um tribunal do Peru decidiu nesta terça-feira pela prisão preventiva, por 36 meses, do irmão da presidente Dina Boluarte, enquanto a promotoria o investiga por suposto tráfico de influência, suborno e por pertencer a uma organização criminosa, em um caso que pode envolver a mandatária do país andino.
A promotoria havia solicitado a prisão de Nicanor Boluarte por supostamente ter exercido "um poder de fato" para designar funcionários desde que sua irmã assumiu o poder, no final de 2022, após seu antecessor, Pedro Castillo, ter sido destituído e preso ao tentar dissolver o Congresso.
Para tomar a decisão, o juiz Richard Carhuancho determinou que "existe alto grau de probabilidade" de que o irmão da presidente tenha participado dos supostos crimes em investigação.
Além disso, a promotoria argumentou que existe perigo de fuga de Nicanor Boluarte, em função da proximidade com as "esferas do poder" por ser irmão da presidente do Peru.
Nicanor Boluarte havia sido detido por alguns dias de forma preliminar em maio, quando a polícia invadiu sua casa como parte de uma investigação sobre suposto enriquecimento ilícito da presidente, depois que seu uso de relógios Rolex e joias de luxo foi questionado.
Dina Boluarte, que tem mandato até julho de 2026, negou as acusações. Ela também enfrenta uma investigação sobre dezenas de mortes durante protestos antigovernamentais, no final de 2022 e início de 2023, após a prisão de seu antecessor, Pedro Castillo.