Kremlin diz que governo Biden está intensificando guerra na Ucrânia

18 nov 2024 - 09h27
(atualizado às 09h27)

O Kremlin afirmou nesta segunda-feira que qualquer decisão dos Estados Unidos de permitir que a Ucrânia dispare mísseis norte-americanos em direção à Rússia significaria que o país estaria diretamente envolvido no conflito, o qual acusou a governo do presidente Joe Biden de intensificar.

A Rússia vem dizendo ao Ocidente há meses como interpretaria tal decisão, e que isso aumentaria o risco de um confronto com a aliança da Otan liderada pelos EUA.

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Quando perguntado sobre as reportagens do New York Times e da Reuters de que o governo de Biden havia tomado a decisão sobre os ataques de longo alcance, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, observou que as reportagens não se baseavam em nenhuma declaração oficial.

"Se tal decisão foi de fato formulada e levada ao regime de Kiev, então essa é uma rodada qualitativamente nova de tensão e uma situação qualitativamente nova do ponto de vista do envolvimento dos EUA nesse conflito", disse Peskov.

O presidente russo, Vladimir Putin, deixou a posição da Rússia absolutamente clara ao discursar em São Petersburgo em setembro, afirmou Peskov.

Putin disse em 12 de setembro que a aprovação ocidental para tal medida significaria "o envolvimento direto dos países da Otan, dos Estados Unidos e dos países europeus na guerra na Ucrânia", porque a infraestrutura militar e o pessoal da Otan teriam que estar envolvidos no direcionamento e disparo dos mísseis.

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"É óbvio que o governo que está deixando o cargo em Washington pretende tomar medidas para continuar a colocar lenha na fogueira e continuar a provocar tensão em torno desse conflito", disse Peskov.

A Reuters noticiou a decisão do governo Biden no domingo, citando duas autoridades norte-americanas e uma fonte familiarizada com a decisão. O New York Times também relatou a decisão.

As fontes citadas em ambas as reportagens apresentaram a medida como sendo parcialmente em resposta à chegada de soldados norte-coreanos à região russa de Kursk para ajudar a repelir uma incursão ucraniana.

Uma autoridade russa próxima ao Kremlin, que falou sob condição de anonimato, disse que a ação dos EUA, se confirmada, foi extremamente provocativa para um governo que está saindo, mas não mudaria o resultado da guerra.

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A tomada pela Ucrânia de uma parte da região de Kursk este ano marcou a primeira vez que armas dos EUA foram usadas em solo russo soberano reconhecido internacionalmente desde que a Rússia enviou tropas para a Ucrânia no início de 2022.

"O governo de Biden está tentando escalar a situação ao máximo enquanto eles ainda têm poder e ainda estão no cargo", disse a parlamentar russa Maria Butina.

"Tenho uma grande esperança de que (Donald) Trump supere essa decisão, caso ela tenha sido tomada, porque eles estão arriscando seriamente o início da Terceira Guerra Mundial, o que não é do interesse de ninguém."

As autoridades russas advertiram várias vezes que o Ocidente está brincando com fogo ao sondar os limites do que uma potência nuclear pode ou não tolerar.

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Putin mudou a doutrina nuclear da Rússia para dizer que qualquer ataque convencional à Rússia auxiliado por uma potência nuclear poderia ser considerado um ataque conjunto à Rússia.

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