O ator americano e ambientalista Leonardo DiCaprio rebateu a acusação do presidente Jair Bolsonaro de que ele teria financiado queimadas criminosas no Brasil.
Em comunicado, DiCaprio disse que "embora certamente mereçam apoio", ele não financia as organizações "que estão atualmente sob ataque".
"O futuro desses ecossistemas insubstituíveis está em jogo e tenho orgulho de fazer parte dos grupos que os protegem", disse.
O ator também elogiou "o povo do Brasil que trabalha para salvar seu patrimônio natural e cultural".
Em transmissão ao vivo em rede social, Bolsonaro acusou DiCaprio e a ONG WWF de financiarem queimadas criminosas no Brasil.
"O pessoal da ONG, o que eles fizeram? O que é mais fácil? Botar fogo no mato. Tira foto, filma, a ONG faz campanha contra o Brasil, entra em contato com o Leonardo DiCaprio, e então o Leonardo DiCaprio doa US$ 500 mil para essa ONG. Uma parte foi para o pessoal que estava tocando fogo, tá certo? Leonardo DiCaprio tá colaborando aí com a queimada na Amazônia, assim não dá", disse.
O presidente fazia referência a uma operação da Polícia Civil do Pará que prendeu quatro voluntários da Brigada de Incêndio de Alter do Chão e apreendeu documentos da organização não-governamental Projeto Saúde e Alegria (PSA), que tem gerado protestos de ativistas, entidades indígenas e grupos que atuam na Floresta Amazônica.
A Brigada de Alter do Chão é um grupo de voluntários formado em 2018 pelo Instituto Aquífero Alter do Chão para ajudar no combate às queimadas na floresta e que atua em parceria com o Corpo de Bombeiros. Já a ONG PSA, fundada por médicos, atua há 30 anos na floresta fornecendo ajuda e serviços de saúde para a população local.
Na sexta-feira (29), Bolsonaro voltou a acusar o ator americano de colaborar com indêndios criminosos no Brasil: "O Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia", disse.
A ONG WWF também disse que não recebeu doações do ator.