A Libéria suspendeu o toque de recolher imposto para conter a transmissão do Ebola na região para que as pessoas possam comparecer às missas religiosas de Ano-Novo na noite desta quarta-feira, enquanto que um grupo de ajuda teme que haja complacência demais em relação à doença no país.
A agência de saúde da Organização das Nações Unidas não comentou diretamente a suspensão que valerá apenas por uma noite, mas advertiu às autoridades que continuem a incentivar o "distanciamento social" e que encorajem as pessoas a evitar grandes aglomerações.
A Libéria introduziu o toque de recolher em setembro no auge da epidemia que matou mais de 3.400 pessoas dentro de suas fronteiras, além de pelo menos 4.400 em países como Guiné e Serra Leoa, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O vírus, cujos efeitos são diarreia, vômito e sangramento, pode ser transmitido a partir de contato com fluídos corporais. Não há cura conhecida.
"O presidente orientou o ministro da Justiça que suspendesse o toque de recolher por hoje, dia 31 de dezembro, para permitir que líderes religiosos, igrejas e outros grupos religiosos façam suas orações pela noite, que são tradicionais na sociedade da Libéria", disse o vice-ministro da Informação, Isaac Jackson.
As igrejas que fazem missas devem obedecer as medidas contra a disseminação do Ebola, como lavagem de mãos, controle de temperatura e controle de pessoas presentes, para evitar aglomeração e superpopulação no interior das capelas, acrescentou Jackson.
O toque de recolher entre meia-noite e 6h deverá ser implantado normalmente na noite seguinte e quem for visto infringindo a lei será preso, acrescentou o vice-ministro.
(Reportagem de James Harding Giahyue)