O atual presidente da Catalunha, Quim Torra, pediu ao primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, uma reunião para tentar negociar uma "saída política" para colocar fim nos protestos na região desencadeados após a condenação de líderes separatistas, que entrou no seu sexto dia neste sábado (19).
"Nenhuma forma de violência nos representa ou representa o exercício da democracia e da liberdade", disse ele, enfatizando que "a causa da liberdade é imparável" e irá até "onde o povo da Catalunha quiser". Torra pediu para Sánchez abrir as negociações depois da manifestação realizada ontem (18) que reuniu meio milhão de pessoas nas ruas de Barcelona e foi marcada por confrontos.
"A violência nunca foi e nunca será nossa bandeira nem em Barcelona, nem em Tarragona, nem em Girona, nem em Lleida, nem em nenhum dos 947 municípios de nosso país", insistiu.
O primeiro-ministro espanhol, por sua vez, rebateu Torra dizendo que ele precisa "condenar veementemente a violência, o que ainda não fez".
Os protestos tiveram início depois que, na última segunda-feira (14), o Supremo Tribunal da Espanha condenou 12 líderes que tentaram declarar a independência da região no ano de 2017 a penas de prisão de até 13 anos.
Em seu discurso, o presidente da Catalunha chegou a reiterar que considera a decisão da justiça contra os separatistas "injusta" e exigiu uma "solução política" para a região.
"Pedimos a Pedro Sánchez que estabeleça dia e hora para abrir uma mesa de negociações". "Há muito tempo solicitamos uma resposta política ao conflito e hoje é mais urgente do que nunca", argumentou.
Na última sexta, os atos em Barcelona deixaram 54 pessoas presas e pelo menos 182 feridas. De acordo com as autoridades locais, mais de 500 mil participaram das mobilizações, embora os organizadores registraram mais de 750 mil.