Em um acontecimento de grande magnitude para a política do Oriente Médio, os rebeldes sírios destituíram o presidente Bashar al-Assad após tomarem controle de Damasco. O evento, ocorrido no domingo, dia 8, encerra mais de 13 anos de uma intensa guerra civil e uma era longa de governo pela família Assad. Este desenvolvimento notável tem provocado reações variadas de líderes globais, cada qual exprimindo sua perspectiva sobre o futuro da Síria e suas implicações regionais.
Enquanto a comunidade internacional processa este marco histórico, a atenção está voltada para os próximos movimentos políticos e as transformações potenciais que poderão moldar o futuro da Síria. Embora a saída de Assad represente um importante ponto de inflexão, as consequências a longo prazo para o país e a região ainda são incertas.
Events in Syria moving at remarkable pace. More than decade of conflict has displaced millions. Now many more are in danger.
We will respond wherever, whenever, however we can to support people in need, including reception centres - food, water, fuel, tents, blankets.
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— Tom Fletcher (@UNReliefChief) December 8, 2024
Como os líderes mundiais reagiram à queda de Assad?
A reação internacional à queda do presidente Bashar al-Assad foi imediata e repleta de declarações cautelosas e esperanças de um futuro estável para a Síria. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por exemplo, está atento aos desdobramentos e mantém contato constante com seus parceiros regionais. Donald Trump, por sua vez, destacou a mudança nas relações de Assad com seus antigos aliados, como a Rússia e o Irã, os quais, segundo ele, estão enfraquecidos por desafios internos e externos.
"Assad se foi. Ele fugiu de seu país. Seu protetor, Rússia, Rússia, Rússia, liderado por Vladimir Putin, não estava mais interessado em protegê-lo. A Rússia e o Irã estão em um estado enfraquecido agora, um por causa da Ucrânia e uma economia ruim, o outro por causa de Israel e seu sucesso na luta", postou Trump no Truth Social.
Na Rússia, o Ministério das Relações Exteriores confirmou a saída de Assad e ressaltou que suas bases militares na Síria permanecem em alerta máximo. A Turquia, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, expressou a importância da integridade territorial da Síria e destacou a necessidade de uma administração inclusiva e vigilante para evitar o aproveitamento por organizações terroristas.
Desafios para o futuro da Síria
A saída de Assad coloca a Síria diante de uma série de desafios complexos. Uma das questões primordiais é assegurar uma transição de poder pacífica e a formação de um governo inclusivo que possa representar a diversidade étnica e religiosa do país. As palavras do enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, resumem essa necessidade, destacando a prioridade do diálogo e da unidade entre os sírios.
Além de uma governança inclusiva, a Síria enfrenta os riscos de uma possível escalada nos conflitos internos. A instabilidade pode abrir caminho para grupos radicais, colocando em risco a segurança não apenas da Síria, mas de toda a região. A Alemanha se posicionou enfatizando a importância de prevenir que o país caia nas mãos de radicais e proteger as minorias.
O futuro da Síria agora depende de múltiplos fatores, incluindo a capacidade dos líderes locais em estabelecer uma paz duradoura e reconstruir uma sociedade despedaçada por anos de guerra. A coalizão internacional desempenha um papel essencial nesse processo, onde o foco está na prevenção do ressurgimento do Estado Islâmico e outras ameaças insurgentes.
As iniciativas de auxílio humanitário são também cruciais. Segundo Tom Fletcher, chefe de ajuda da ONU, milhões ainda estão em situação de risco e deslocamento, demandando assistência contínua. O Reino Unido sublinha a necessidade de uma solução política que promova o interesse do povo sírio e aguardam que a nova era pós-Assad traga esperança de democracia e estabilidade.