Os vaticanistas Andrea Tornielli e Gianni Valente lançaram o livro Il Giorno del Giudizio (O Dia do Juízo, em tradução livre), que narra os bastidores do assalto da ala ultraconservadora da Igreja Católica contra o pontificado de Francisco.
O volume parte do dossiê elaborado pelo arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, no qual ele acusa o Papa de ter ignorado denúncias de abuso sexual contra seminaristas por parte do ex-cardeal norte-americano Theodore McCarrick, removido do clero apenas em julho deste ano, após também ter sido acusado de pedofilia.
Além de julgar a denúncia contra Jorge Bergoglio como infundada, Tornielli e Valente narram, com base em documentos e testemunhos inéditos, as tramas de facções da Igreja Católica para atingir um pontífice marcado pelo progressismo.
Segundo os vaticanistas, a acusação de Viganò, revelada durante a viagem de Francisco à Irlanda, é uma "tentativa de golpe". O Papa se pronunciou explicitamente sobre a denúncia apenas uma vez, quando disse que "o dossiê fala por si só". "Leiam atentamente aquele comunicado e façam o julgamento de vocês. Não direi uma palavra sobre isso", afirmou na ocasião.
Na semana seguinte, no entanto, Bergoglio convocou orações contra as "divisões" na Igreja Católica e afirmou que a Santa Sé é alvo de "ventos contrários e violentos".