O Reino Unido estava se preparando nesta quinta-feira para uma interdição de Londres, onde as estações de metrô fecharam, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, elaborou medidas para enfrentar a crise do coronavírus.
Agora que o surto se alastra pelo mundo, governos, empresas e investidores se veem às voltas com a maior crise de saúde pública desde a pandemia de gripe de 1918, com populações em pânico e os mercados financeiros derretendo.
Depois de ordenar o fechamento das escolas de um país que se retrata como um pilar da estabilidade ocidental, Johnson disse na quarta-feira que o governo não descarta nada, quando foi indagado se adotará medidas para isolar a capital.
O premiê pediu que o governo elabore planos para uma assim chamada interdição que levará ao fechamento dos negócios, à redução dos serviços de transporte, à limitação das aglomerações e a controles mais rígidos sobre a população de uma das cidades mais ricas da Europa.
Aos ser pressionado a dizer, em uma coletiva de imprensa, se medidas mais duras são necessárias para interditar Londres, onde os bares, o transporte público e os negócios continuam movimentados, Johnson disse: "Sempre dissemos que tomaremos as medidas certas no momento certo".
Enquanto Londres se preparava para se isolar, 20 mil efetivos militares britânicos foram postos de sobreaviso para ajudar a combater o surto de coronavírus. Já a rainha Elizabeth deve trocar a capital por seu antigo castelo de Windsor.
A monarca também concordou em adiar uma visita de Estado do imperador japonês Naruhito planejada para junho.
A agência de transportes de Londres disse que fechará até 40 estações de metrô até segunda ordem e reduzirá outros serviços, como os de ônibus e trens.
"As pessoas não deveriam estar circulando, através de nenhum meio, a menos que precisem muito, muito mesmo", disse o prefeito londrino, Sadiq Khan.
O Reino Unido já relatou 104 mortes e 2.626 casos confirmados do coronavírus, mas conselheiros científicos britânicos dizem que mais de 5 mil pessoas podem já estar infectadas.
O país enfrenta uma "carência enorme" de ventiladores, que serão necessários para tratar pacientes de coronavírus cronicamente doentes, por não ter investido o suficiente em equipamentos de cuidados intensivos, disse um dos principais fabricantes de ventiladores.