Na última segunda-feira, 17, ocorreu uma reunião em Bruxelas entre a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e Gerardo Blyde, um dos líderes da oposição no país. O encontro foi mediado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Emmanuel Macron (França), Gustavo Petro (Colômbia) e Alberto Fernández (Argentina).
Nesta terça-feira, 18, um comunicado foi divulgado sobre o encontro, e no texto final os presidentes desses países apresentaram as seguintes solicitações:
- A Venezuela deve ter eleições presidenciais livres em 2024, que incluam o acompanhamento de missões de observadores internacionais.
- As sanções impostas à Venezuela devem ser levantadas se o país realmente organizar eleições livres e justas.
"Uma primeira versão desse texto foi vetada pelos representantes da Venezuela que consideraram o comunicado muito favorável à oposição do país, de acordo com pessoas que acompanharam a redação do texto e que pediram para não serem identificadas", diz trecho do comunicado.
Macron informou aos jornalistas que a questão da Venezuela foi amplamente debatida durante encontro: "Tivemos uma reunião bem longa... Essa é para mim a questão mais importante que foi discutida nesta cúpula".
Os líderes latino-americanos, incluindo Macron, reuniram-se em Bruxelas para participar de um encontro entre países de dois blocos: a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Entenda crise na Venezuela
Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, é um nome importante no regime chavista. O país está se preparando para realizar eleições no próximo ano, mas há divergências entre o governo e a oposição.
A oposição na Venezuela alega que as condições para as eleições são antidemocráticas, com candidatos-chave sendo impedidos pelo governo de assumir cargos públicos, como no caso da ex-deputada Maria Corina Machado.
Em 2021, a União Europeia enviou uma missão de observadores para acompanhar as eleições regionais na Venezuela. Na ocasião, os europeus declararam que as condições eleitorais no país tinham melhorado em comparação a votações anteriores, mas ainda havia preocupações sobre a independência do Poder Judiciário no país.