O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone, nesta sexta-feira (3), com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, para discutir a necessidade de concluir o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Em comunicado, o governo brasileiro informou que ambos os líderes "concordaram que a presidência simultânea do Brasil no Mercosul e da Espanha no Conselho Europeu representam oportunidade para que o acordo seja finalizado".
Durante a ligação, o petista "recordou que as negociações já levam 22 anos e voltou a criticar as exigências adicionais colocadas pela União Europeia na área ambiental".
Segundo nota do Palácio do Planalto, Lula "ressaltou os avanços em prática no país para a transição energética - 80% da matriz energética brasileira é limpa - e que o Brasil tem enfrentado graves efeitos das mudanças climáticas, como a atual seca na Amazônia".
Além disso, "lembrou que o Brasil deverá levar à COP28, em Dubai, uma proposta comum com os demais países com grandes reservas florestais tropicais e reafirmou "a posição de restringir, no acordo, o acesso a compras governamentais, particularmente em função da necessidade de reindustrialização do Brasil e demais países do bloco sul-americano".
Por fim, Lula enfatizou que o Congresso aprovou o ingresso da Bolívia no Mercosul e convidou Sánchez para visitar o Brasil.
Por sua vez, o premiê espanhol "demonstrou concordância com a necessidade de acelerar a finalização do acordo e que ele deve se basear em uma relação de confiança mútua", acrescentou o texto.
Em uma publicação nas redes sociais, Sánchez revelou que os dois discutiram o acordo entre UE e Mercosul e "a espiral da violência no Oriente Médio".
"Hoje conversei com o presidente do Brasil, Lula, que ocupa a presidência temporária do Mercosul. Como país que lidera a presidência rotativa do Conselho da UE, a Espanha tem entre suas prioridades: alcançar o acordo UE-Mercosul o mais rapidamente possível", escreveu no X (antigo Twitter).
Sobre a guerra entre Israel e Hamas em Gaza, Sánchez garantiu que Brasil e Espanha vão continuar trabalhando juntos "para aliviar o sofrimento da população civil e avançar para a realização de uma conferência internacional de paz que implemente a solução de dois Estados". .