Muçulmanos iniciam no mundo todo o jejum do Ramadã

26 mai 2017 - 09h43
(atualizado às 11h09)
Começa no sábado o mês de jejum do Ramadã, o mais importante do calendário por constituir um dos cinco pilares do Islã.
Começa no sábado o mês de jejum do Ramadã, o mais importante do calendário por constituir um dos cinco pilares do Islã.
Foto: Reuters

Mais de 1,5 bilhão de muçulmanos de todo o mundo (quase a quarta parte da população mundial) iniciam no sábado o mês de jejum do Ramadã, o mais importante do calendário por constituir um dos cinco pilares do Islã.

Durante este mês, os muçulmanos que tiveram alcançado a puberdade não poderão comer, beber, fumar e nem manter relações sexuais enquanto o sol estiver no horizonte, e desta obrigação só ficam excluídas as mulheres menstruadas e as grávidas, os doentes e os viajantes que realizam trajeto penoso, ainda que todos eles "deverão pagar" mais tarde pelos dias de jejum.

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As horas exatas do nascer e do pôr do sol aparecem hoje em dia em qualquer tela de celular, mas as mesquitas também se encarregam de lembrar com suas chamadas à oração do Fayer (nascer) e do Magreb (pôr), e as grandes cidades utilizam além disso canhões e sirenes para marcar o esperado momento do pôr-do-sol.

Nos países de maioria muçulmana, a vida se transforma totalmente durante o mês do jejum: as empresas, as repartições públicas e as escolas encurtam seus horários de funcionamento para que o jejum seja mais suportável, enquanto os cafés e restaurantes fecham durante as horas diurnas e ficam abertos durante a noite.

Paradoxalmente, o mês do jejum é também o mês no qual há uma maior despesa por alimentos nos lares, e os indicadores de consumo disparam neste mês sagrado, bem como os preços das compras.

São poucos os países que obrigam por lei o jejum e castigam o infrator (Arábia Saudita, Bahrein, Paquistão, Afeganistão, Irã, Malásia, Brunei e Marrocos); na maior parte do mundo muçulmano o Ramadã é cumprido por vontade própria ou por pressão social, e é pouco usual ver uma pessoa infringindo o jejum em público.

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A observação do jejum torna-se um dos melhores termômetros para medir as raízes no mundo do Islã, que é atualmente a religião que mais cresce a nível global e na qual mais cresce a prática junto à crença.

Um recente estudo do prestigiado Pew Research Center dos Estados Unidos perguntava: "Quanto importa o Islã em sua vida?". Os resultados mostraram que mais de 90% dos entrevistados na África e no sudeste asiático (onde se concentra a maior parte dos muçulmanos) diziam que "importa muito"; e a porcentagem era de mais de 80% no mundo árabe e na Turquia. Só ficou abaixo dos 70% nas ex-repúblicas soviéticas.

Esse mesmo estudo perguntava por questões mais concretas sobre a aplicação, como a frequência da reza, o comparecimento à mesquita, a leitura do corão e a entrega de esmolas, e de todas elas, o jejum no Ramadã era com muita diferença a prática islâmica mais respeitada entre os muçulmanos de todo o mundo.

Levando em conta o rápido crescimento demográfico das regiões do mundo com mais muçulmanos (Ásia e África), que será o dobro que no resto do mundo, calcula-se que os muçulmanos quase vão duplicar de número até 2050, somando 2,8 bilhões de seguidores, o que os transformará então na primeira religião do mundo, à frente do cristianismo.

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