Mais de 200 crianças foram mortas e 1.100 ficaram feridas no Líbano nos últimos dois meses, disse um porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira.
O conflito de mais de um ano no Líbano se transformou em uma guerra total no final de setembro, quando Israel lançou uma grande ofensiva contra o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã.
"Apesar de mais de 200 crianças mortas no Líbano em menos de dois meses, um padrão desconcertante surgiu: suas mortes são recebidas com inércia por aqueles capazes de parar essa violência", disse o porta-voz do Unicef James Elder em uma entrevista coletiva em Genebra. "Para as crianças do Líbano, tornou-se uma normalização silenciosa do horror."
Ele se recusou a comentar sobre quem foi responsável pelos assassinatos, dizendo que estava claro para qualquer um que acompanhe a mídia.
Elder disse que havia "semelhanças assustadoras" entre os conflitos no Líbano e em Gaza, onde uma parcela significativa das mais de 43.000 pessoas mortas na guerra de 13 meses entre Israel e Hamas são relatadas como crianças.
O Unicef está fornecendo apoio psicossocial às crianças e suprimentos médicos, refeições e kits de dormir para as centenas de milhares de crianças que fugiram dos combates.
"No Líbano, muito parecido com o que acontece em Gaza, o intolerável está silenciosamente se transformando em aceitável", acrescentou ele.