Milhares de manifestantes franceses criticaram impostos mais altos para combustível e as políticas econômicas do presidente Emmanuel Macron em protestos em estradas neste sábado, motivando grandes engarrafamentos e vários acidentes, inclusive uma fatalidade no bloqueio de uma via.
Dezenas de pessoas também foram feridas, enquanto motoristas tentavam circundar os bloqueios, depois que manifestantes, fazendo um protesto de base chamado de "coletes amarelos" tomaram pistas de decolagem, entradas de túneis e acessos a aeroportos.
Os protestos, coordenados a partir de redes sociais, surgiram de críticas contra a subida dos preços do combustível e reclamações contra o enfraquecimento no poder de compra e a insatisfação cada vez maior com Macron, que alguns veem como afastado das pessoas normais.
Em um bloqueio em Savoie, no sudoeste francês, uma motorista entrou em pânico quando manifestantes cercaram seu carro e acelerou, atropelando e matando um manifestante, disse o ministro do Interior francês, Christophe Castaner.
Pelo menos 106 pessoas ficaram feridas ao redor do país, inclusive cinco com seriedade, de acordo com o ministro do Interior, que no meio da tarde estimava que por volta de 244 mil manifestantes participavam dos protestos.
Trinta e oito pessoas estão sob custódia.
A polícia usou gás lacrimogêneo para liberar a entrada de um túnel debaixo da montanha Mont-Blanc, nos Alpes, assim como para tentar dispersar manifestantes reunindo-se no Palácio do Eliseu, em Paris, e no centro da cidade de Lyon.
Manifestantes gritaram "Macron, renuncie" e alguns mostraram slogans como "devolva-nos nosso poder de compra".
"Há impostos demais na França", disse Veronique Lestrade, uma manifestante na periferia de Paris, que disse que sua família estava sofrendo para pagar as contas.