Joachim Sauer, marido da chanceler alemã Angela Merkel, culpou a "preguiça e complacência" de seus compatriotas pela taxa de vacinação comparativamente baixa da Alemanha, dizendo que a rejeição pública da ciência nunca foi tão visível como agora.
Sauer, que até sua aposentadoria em 2017 foi professor de química quântica na Universidade Humboldt, de Berlim, e considerado um dos maiores pesquisadores da área, tem sido reticente em discutir política durante os 16 anos de mandato de sua esposa.
Ele tem relutado em desempenhar o papel de cônjuge político, recusando-se a acompanhá-la na maioria das viagens e limitando amplamente seus comentários públicos à sua própria pesquisa científica e sua paixão pelo compositor Richard Wagner.
Mas na Itália nesta semana, ao ser admitido na Academia Italiana de Ciências em Turim, ele abordou brevemente a questão que dominou os últimos dois anos de sua esposa no cargo.
"É surpreendente que um terço da população não esteja seguindo as evidências científicas", disse ele ao La Repubblica, conforme noticiado pelo jornal alemão Die Welt nesta terça-feira.
"Em parte, isso se deve a uma certa preguiça e complacência alemãs. O outro grupo é formado por pessoas... que estão reagindo ideologicamente ao que consideram uma ditadura de vacinas."
A quarta onda da pandemia de coronavírus é a mais grave até agora na Alemanha, com hospitais lotados com pessoas não vacinadas e as doses iniciais acabando.