May enfrentará hora da verdade em votação do Brexit no Parlamento britânico

26 nov 2018 - 08h51

Acertar um acordo do Brexit com a União Europeia pode ter sido a parte fácil para a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, uma vez que conseguir aprová-lo em um Parlamento dividido promete ser uma batalha muito mais dura.

Premiê britânica, Theresa May 25/11/2018 REUTERS/Dylan Martinez
Premiê britânica, Theresa May 25/11/2018 REUTERS/Dylan Martinez
Foto: Reuters

Por ora as perspectivas parecem ruins, já que as críticas ao acordo aprovado em Bruxelas no domingo vêm de todos os lados, inclusive do partido da Irlanda do Norte que sustenta o governo de minoria da premiê.

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Mas May ainda pode ter alguns truques na manga. Ela já colocou em ação os arregimentadores de voto de seu partido, que usarão seu poder de persuasão para obter o máximo de apoio possível na votação, que deve acontecer nas próximas semanas e ser do tipo tudo ou nada.

Eles e a premiê explorarão o medo que os parlamentares têm de ver suas carreiras prejudicadas caso se oponham ao pacto de separação e os eleitores os culpem pelo caos econômico que empresas e bancos dizem que ocorrerá se o Reino Unido deixar o bloco sem um acordo.

May deve se dedicar a conquistar os parlamentares que representam o meio termo de seu Partido Conservador -- e da oposição trabalhista, cujo líder, Jeremy Corbyn, os exortou a votarem contra o acordo.

As chances da premiê de converter radicais, seja do campo pró-UE ou pró-Brexit, são pequenas, mas ela pode tentar oferecendo incentivos, como cargos no governo, apoio às suas causas favoritas ou ajuda para seus redutos eleitorais.

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John Hayes, um parlamentar pró-Brexit, recebeu um título de cavaleiro na sexta-feira, o que críticos qualificaram como um "gesto de desespero" de May para conquistar oponentes do pacto.

"Qual é a coisa que pode lhe garantir uma maioria? Será algo que ajuda os radicais, ou será algo para o ponto de vista mais moderado?", indagou a parlamentar trabalhista Caroline Flint.

"Existe um grande número de pessoas no meio do caminho, e o desafio para ela é o que ela escolherá".

O Reino Unido deve se retirar da UE em 29 de março, quase três anos depois de uma pequena maioria dos britânicos votar a favor da desfiliação em um referendo.

May e sua equipe esperam conseguir que o pacto combinado com Bruxelas seja aprovado pela câmara baixa de 650 cadeiras do Parlamento apesar de uma recepção hostil na quinta-feira, quando a premiê foi incapaz de convencer céticos para os quais se tratou de uma rendição.

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