Médico é acusado de envenenar 17 pacientes para 'ser necessário' na França

Frédéric Péchier é suspeito de adulterar anestesias para criar situações de emergência - como paradas cardíacas - e aparecer sabendo qual ação deveria ser tomada para salvar pacientes; ele nega as acusações.

17 mai 2019 - 08h12
(atualizado às 11h10)
Frédéric Péchier, que havia sido acusado de sete envenenamentos, é agora suspeito de ter intoxicado outras 17 pessoas
Frédéric Péchier, que havia sido acusado de sete envenenamentos, é agora suspeito de ter intoxicado outras 17 pessoas
Foto: AFP / BBC News Brasil

Um anestesista francês, Frédéric Péchier, de 47 anos, está sendo investigado por suspeita de ter envenenado pacientes para criar situações de emergência e oportunidades para demonstrar suas próprias habilidades como médico.

Péchier, que já havia sido acusado por sete envenenamentos, agora é suspeito de ter intoxicado outras 17 pessoas.

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A suspeita é de que ele adulterava as "bolsas" de indução anestésica usadas durante cirurgias.

Nove pacientes morreram e o médico pode ser condenado à prisão perpétua se for considerado culpado. Péchier nega as acusações, feitas por procuradores franceses.

Jean-Yves Le Borgne, advogado do médico, disse à agência AFP que não há provas contra o anestesista.

"A possibilidade de Péchier ter cometido esses envenenamentos é apenas uma hipótese, nada mais que uma hipótese", afirmou Borgne. "A presunção de inocência precisa ser reforçada."

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Por determinação de um juiz em Besançon, cidade a cerca de 400 quilômetros de Paris, o médico foi detido, em maio de 2017, em uma investigação por sete envenenamentos.

Péchier nega as acusações e diz que a carreira como médico já foi destruída
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Ele foi libertado, mas impedido de exercer a medicina.

Essa semana, ele foi questionado pela polícia sobre 66 casos de parada cardíaca durante cirurgias em pacientes considerados de baixo risco. As acusações mais recentes - dos 17 pacientes - estão entre esses casos, que envolvem pacientes com idades entre quatro e 80 anos.

O procurador Etienne Manteaux disse à imprensa local que Péchier foi o "denominador comum" em cada um deles, e que ele estava em "conflito aberto" com colegas.

Segundo Manteux, Péchier "estava, com frequência, perto da sala de cirurgia" quando as emergências ocorreram. Fazia um rápido diagnóstico sobre qual ação tomar "mesmo quando nada permitia alguém suspeitar de uma overdose de potássio ou anestesia local".

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Péchier nega as acusações e seus advogados acusam a polícia de adulterar declarações que deu durante os primeiros interrogatórios.

"Qualquer que seja o resultado disso, minha carreira acabou", disse a repórteres numa coletiva. "Não dá para confiar num médico que, em algum momento, foi acusado de envenenar... Minha família está abalada e temo pelos meus filhos".

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